15/12/2017

VERIFICAÇÃO DO ENSINO DA DANÇA EM ESCOLAS DE UMA CIDADE LOCALIZADA NO LAGO DE FURNAS, MINAS GERAIS

VERIFICAÇÃO DO ENSINO DA DANÇA EM ESCOLAS DE UMA CIDADE LOCALIZADA NO LAGO DE FURNAS, MINAS GERAIS

VERIFICATION OF DANCE EDUCATION IN SCHOOLS OF A CITY LOCATED ON THE FURNAS LAKE, MINAS GERAIS

 

Marina Souza Alves

Graduada em Educação Física pela Universidade José do Rosário Vellano – UNIFENAS – Alfenas - MG, Brasil.

Gerusa Dias Siqueira Vilela Terra

Docente e Diretora de Graduação na Universidade José do Rosário Vellano – UNIFENAS – Alfenas – MG, Brasil.

Doutora em Promoção de Saúde pela Universidade de Franca – UNIFRAN – Franca – SP, Brasil.

Giuliano Roberto da Silva

Docente do Departamento de Educação Física na Universidade José do Rosário Vellano – UNIFENAS – Alfenas - MG, Brasil.

Docente do Departamento de Educação Física na Faculdade Presbiteriana Gammon, FAGAMMON – Alfenas - MG, Brasil.

Docente do Departamento de Educação Física no Centro de Ensino Superior de Minas Gerais - CEMES – Alfenas - MG, Brasil.

Doutor em Promoção de Saúde pela Universidade de Franca – UNIFRAN – Franca – SP, Brasil.    

Marcelo Rodrigo Tavares

Docente do Departamento de Educação Física na Universidade José do Rosário Vellano – UNIFENAS – Alfenas - MG, Brasil.

Doutor em Ciências Médicas pela Universidade de São Paulo – USP – São Paulo – SP, Brasil.

Yvan Fernandes Vilas Boas

Docente do Departamento de Educação Física na Universidade José do Rosário Vellano – UNIFENAS – Alfenas - MG, Brasil.

Coordenador do curso de Educação Física na Universidade José do Rosário Vellano – UNIFENAS – Alfenas - MG, Brasil.

Mestrando em Sistema de Produção na Agropecuária pela na Universidade José do Rosário Vellano – UNIFENAS – Alfenas - MG, Brasil.

 

RESUMO

A inclusão da dança nas grades curriculares de escolas do Brasil deve ser incentivada, assim como a capacitação dos profissionais que lecionarão a dança. O objetivo do estudo foi verificar o ensino da dança nas escolas urbanas da cidade de Alfenas - MG. A população foi composta por 27 escolas, onde 19 delas responderam a um questionário com os itens: motivos que levam as escolas a ensinar a dança, perfil do aluno que participa das aulas, gratuidade das aulas, periodicidade, formação profissional de quem ministra as aulas e fatores que poderiam ser melhorados. Os resultados apontaram que se houver mais informação sobre os benefícios que a dança pode gerar a quem pratica mais escolas adotarão aulas de dança na sua grade curricular.

Palavras-chave: Aulas de dança; Escola; Crianças.

 

ABSTRACT

The inclusion of dance in the curricula of Brazil's schools should be encouraged, as well as the training of professionals who lecionarão dance. The objective of the study was to verify the dance education in urban schools in Alfenas - MG. The population consisted of 27 schools, where 19 of them answered a questionnaire with items: reasons why schools to teach dance, the student profile that participates in classes, gratuity classes, schedule, training who teaches classes and factors that could be improved. The results pointed out that if there is more information about the benefits that dance can generate for those who practice more schools, they will adopt dance classes in their curriculum.

Keywords: Dance classes; School; Children.

 

INTRODUÇÃO

Oliveira (2001), menciona que uma das atividades físicas mais significativas para o homem antigo foi à dança. Utilizada como forma de exibir suas qualidades físicas e de expressar os seus sentimentos, era praticada por todos os povos, desde o paleolítico superior (60.000 a.C.).

A dança fazia parte de todos os acontecimentos importantes da sociedade, desde os nascimentos até os funerais, nas colheitas e nas homenagens de caráter místico (religioso), que se prestavam aos elementos da natureza, o sol, fogo, chuva e a terra, considerados seres supremos. Esses momentos eram celebrados com intensa participação corporal, onde o corpo era pintado ou tatuado e cheio de emoções, expressava nos movimentos de dança, seus sentimentos, seja de felicidade, desgosto ou culpa (BREGOLATO, 2006).

As danças, em todas as épocas da história e/ou espaço geográfico, para todos os povos é representação de suas manifestações, de seus “estados de espírito”, por meios de emoções, de expressão e comunicação do ser e de suas características culturais (NANNI, 2003).

A dança seguiu no início do século XIX um padrão ligado à estética representacional, e somente no final do século XIX e início do XX, através de nomes como Delsarte, Dalcroze, Duncan, Graham e Laban, entre outros, se abriu a possibilidade de uma nova visão sobre o corpo, numa maior integração entre o mundo interno e externo do intérprete, dando início ao que viria a se estruturar como dança moderna (TEIXEIRA & SOUZA, 2010).

No que se refere ao Brasil, tivemos no Rio de Janeiro, entre as décadas de 30 e 40, várias bailarinas, que com insistência, talento e ousadia, apesar da resistência conservadora da sociedade e do público, foram abrindo caminhos para novas possibilidades e estilos de dança, até então limitados ao ballet. Podemos destacar Eros Volúsia e Felicitas Barreto, que faziam uma dança própria, livre, exótica e inspirada em temas brasileiros. Posteriormente, Mercedes Batista (primeira negra a pertencer ao Corpo de Baile do Teatro Municipal), criou o estilo afro-brasileiro, causando também muita polêmica (LABAN, 1990).

A dança criada no Brasil dos anos 60 até os 90 foi marcada por uma maior abertura na busca por novas linguagens, pela integração com outras artes como o teatro, as artes plásticas, a literatura e a tecnologia (BRASILEIRO &  MARCASSA, 2008).

Segundo Harold (1995), o valor estético surge da memória, onde a dança é uma arte presencial, por isso mesmo é uma arte da memória, da memória do corpo, daqueles que a testemunharam, que foram afetados por ela. Sua existência é pautada por lutas estéticas, mas também éticas e políticas. Uma história pontuada por micro e macro “revoluções”, uma história de emancipações.

A dança por ser uma arte presente em todos os lugares, consegue atingir todos os tipos de pessoas e classes sociais existentes. Portanto, ao longo de toda a sua história, sempre esteve em alta, devido ao fato de ser uma arte contagiante, que expressa emoções, desejos, interesses, sonhos e realidades, fazendo com que um bailarino mostre toda sua sensibilidade quando a interpreta (OSTETTO, 2009).

Qualquer manifestação cultural deve atuar como meio de socialização das diferentes camadas sociais. Por isso, a inclusão da dança nas grades curriculares de escolas de todo o Brasil deve ser incentivada, assim como a capacitação dos profissionais que irão lecionar a dança (EHRENBERG & GALLARDO, 2005).

Os processos históricos que permeiam as diretrizes curriculares possibilitaram enxergar quais são as ideias e as preocupações para com a formação de professores no âmbito da Educação Física (SILVA, 2008).

Logo o objetivo geral deste estudo foi verificar o ensino da dança nas escolas da cidade de Alfenas, localizada no Lago de Furnas, Minas Gerais.

Este estudo se justifica pelo fato da dança, como em tudo, acompanhar a evolução social dos povos e por ser cada vez mais caracterizada por aspectos regionais, sociais e culturais. Portanto, é importante estudá-la de forma sistemática, logo, deve-se incluí-la nas ações educativas, sócio-recreativas e culturais visando através da sua prática à integração entre os cidadãos e a região onde vivem, e um melhor desenvolvimento psicomotor da criança (EHRENBERG & GALLARDO, 2005). Ainda, cabe ressaltar que o ensino da dança no contexto escolar se coloca ainda como desafio no cenário nacional, contudo, procurar mapear tal atividade é de suma importância.

MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi realizado como uma pesquisa descritiva, onde, segundo Andrade (1997) “os fatos são observados, registrados, analisados, classificados e interpretados, sem que o pesquisador interfira sobre eles”.

A população alvo para a pesquisa foi composta por 27 escolas públicas e particulares da zona urbana da cidade de Alfenas, localizada no Lago de Furnas – MG, onde este número corresponde ao total de escolas compreendidas no perímetro urbano desta cidade. O instrumento de medida foi um questionário composto de questões fechadas para esta pesquisa, entregues e recolhidos pelos próprios pesquisadores diretamente nas escolas.

A pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética em pesquisa sob o parecer n° 101/2011. Todos os representantes das escolas assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE).

Todos os procedimentos que foram adotados nesta pesquisa, obedeceram aos critérios da Ética em Pesquisa com Seres Humanos conforme Resolução nº 466 de Dezembro de 2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Nenhum dos procedimentos ofereceu riscos à dignidade física e/ou psicológica dos participantes.

Os dados foram demonstrados e apresentados na forma de figuras (gráficos), em percentuais e posteriormente analisados e discutidos.

RESULTADOS

Foram questionadas 27 escolas sobre se aulas de dança são oferecidas por elas, destas, (44%) eram particulares, e 56% públicas, sendo (19%) municipais e (37%) estaduais (FIGURA 1).

                    Figura 1- Classificação das escolas urbanas da cidade de Alfenas

Destas 27 escolas, 19 escolas (70%) responderam ao questionário e 8 escolas (30%) não quiseram respondê-lo, sendo estes 70% divididos em 7 escolas particulares (58,30% das escolas particulares questionadas responderam ao questionário), 5 escolas municipais (100% das escolas municipais) e 7 escolas estaduais (70% respondeu ao questionário) (FIGURA 2).

Figura 2 - Escolas que responderam ao questionário

Do total de 19 escolas que responderam ao questionário, 06 oferecem aulas de dança e 13 não oferecem aulas de dança, das que oferecem aulas de dança, 05 são particulares e 01 municipal (Figura 3).

Figura 3 - Quantidade de escolas que oferecem aula de dança

Na escola municipal o motivo citado para a prática da dança foi “Com o intuito de tornar a aula prazerosa e diferenciada”.

Já nas 05 escolas particulares os motivos citados foram vários. Uma escola (20%) cita que a dança é praticada para os eventos escolares e em datas comemorativas. Outra escola (20%) diz ter aulas de dança “Com o intuito de tornar a aula prazerosa e diferenciada”. Duas escolas (40%) têm o ensino como atividade extracurricular sendo esta o ballet clássico em ambas. Apenas uma escola (20%) tem a dança como disciplina escolar em sua grade curricular (FIGURA 4).

Figura 4 - Motivos que as escolas têm para ensinar dança

A escola municipal que oferece aulas de dança diz que não são todos os alunos que participam das aulas.

Já em todas as escolas particulares, todos os alunos participam das aulas de dança quando ela está incluída na educação física e para as aulas extracurriculares só os alunos interessados.

As faixas etárias predominantes foram de 0 a 5 anos e de 5 a 10 anos tanto na escola municipal como para as escolas particulares, outras faixas etárias participam pouco das aulas de dança (FIGURA 5).

        Figura 5 - Faixa etária dos alunos que participam das aulas de dança

Questionadas sobre a predominância do gênero participante das aulas de dança a escola municipal relatou não haver predominância e para as escolas particulares em 2 (40,00%) a predominância é do gênero feminino e em 3 (60,00%) não há predominância (Figura 6).

Figura 6 - Predominância de gênero nas aulas de dança

Somente as escolas particulares que oferecem aulas de dança extracurricular (33,32%) cobram uma taxa específica para as aulas de dança (FIGURA 7).

Figura 7 - Gratuidade das aulas de dança

Quando questionadas sobre a periodicidade em que as aulas acontecem, 4 escolas (66,68%) dizem lecionar a dança uma vez por semana, e 2 escolas (33,32%) tem as aulas de dança na preparação para apresentações em eventos escolares e nas festividades de datas comemorativas (FIGURA 8).

Figura 8 - Periodicidade das aulas de dança

Em uma escola (16,66%) é o profissional de Educação Física que ministra as aulas de dança, em uma outra escola (16,66%) é o professor da sala de aula e em 4 escolas (66,68%) é o profissional de Educação Física e o profissional de dança conjuntamente que ministram dança (FIGURA 9).

Figura 9 - Formação Profissional de quem ministra aula de dança

Sobre o que poderia ser melhorado nas aulas de dança, uma escola (16,66%) assinalou a opção “criação de um espaço físico adequado”, outra escola (16,66%) assinalou a opção “incluir a dança na grade curricular”, 3 escolas (50,00%) marcaram a opção “mais tempo para as aulas de dança” e uma escola (16,66%) diz não ter nada a melhorar (FIGURA 10).

Figura 10 - Itens a serem melhorados para as aulas de dança

Em relação às 13 escolas que não oferecem aulas de danças mas que futuramente podem oferecer, apenas uma (7,7%) não pretende oferecer futuramente, sendo ela particular (FIGURA 11).

         Figura 11 - Escolas que não tem aulas de dança e pretendem oferecer futuramente

Ao serem questionadas sobre os motivos de quererem oferecer aulas de dança futuramente, das alternativas propostas duas foram assinaladas. A alternativa “por entender ser necessário para o desenvolvimento da criança” foi a opção escolhida por 10 escolas (77,00%) e a opção “como diferencial nas aulas de educação física” foi escolhida por 3 escolas (33,00%) (FIGURA 12).

      Figura 12 - Motivos da intenção em oferecer aulas de dança futuramente

DISCUSSÃO

Ao iniciar a pesquisa a expectativa era de que todas as escolas questionadas respondessem as perguntas, porém por diferentes motivos, das 27 escolas questionadas, 8 escolas (30%) não quiseram responder ao questionário.

 Das 19 escolas que responderam ao questionário, 06 oferecem aulas de dança, seguindo o pressuposto de que as instituições como as escolas são cenários pri­vilegiados que viabilizam, por meio de diferentes práticas culturais e esportivas, o aprendizado de for­mas de ser e de estar no mundo (MOLINA, SILVA, & SILVEIRA, 2004).

Ainda sobre escolas que tem aula de dança Miranda e Cury (2010) dizem que existe a necessi­dade de cuidar da escola como um espaço potencial de crescimento pessoal e de desenvolvimento humano. É na escola que as crianças e os adolescentes passam considerável parte de seus dias, de modo que a educação para a vida acontece hoje mais no espaço escolar do que no familiar.

Cardoso e Assumpção (2011) consideram que para se educar ou motivar um indivíduo para a prática de alguma atividade ou tarefa, deve-se, antes, considerar o contexto social e cultural no qual ele se insere. Costumes, valores, hábitos, histórias de cada um devem ser considerados. Talvez por falta de incentivos por parte do governo federal ou pelo contexto social e cultural, é que direções das escolas estaduais não promovam o ensino da dança.

No item motivos para que as escolas ensinem dança, o motivo mais citado foi “com o intuito de tornar a aula prazerosa e diferenciada”. Uma escola citou que a dança é praticada apenas para os eventos escolares e em datas comemorativas. Duas escolas têm o ensino como atividade extracurricular sendo esta o ballet clássico em ambas. Apenas uma escola tinha a dança como disciplina escolar em sua grade curricular.

 Sobre a dança ser utilizada apenas em eventos escolares, Strazzacappa (2001), cita que a dança no mundo contemporâneo toma variadas formas e aplicações, surgidas da profundeza dos anseios humanos, tomando forma a partir de três motivações principais: expressão, espetáculo e ludicidade. É na forma dos espetáculos que muitas escolas continuam a restringir a dança e restringir também seus alunos, privando-os de novas possibilidades para seu corpo físico e suas expressões interiores.

Concordando com Strazzacappa (2001), Brasileiro e  Marcassa (2008) dizem que na dança, constata-se a necessidade de conhecer um universo mais amplo de referências; de desmistificar sua imagem como apenas um elemento ou um espetáculo folclórico, normalmente de caráter contemplativo.

No que diz respeito ao perfil dos alunos que participam das aulas de dança, todos os alunos fazem as aulas de dança quando ela está incluída na Educação Física. Para as aulas extracurriculares só os alunos interessados. As faixas etárias predominantes foram de 0 a 5 anos e de 5 a 10 anos

Ainda sobre o perfil do aluno, mas indagando sobre a predominância do gênero participante das aulas de dança, a maioria das escolas relataram que de um modo geral não há predominância, apenas nas aulas extracurriculares (ballet clássico) é que a predominância é do gênero feminino.

Segundo Shibukawai et al. (2011), no ambiente da Educação Física escolar a dança destaca-se por ser praticada mais pelo gênero feminino, sendo uma atividade motivada principalmente pelo divertimento e sensação de prazer, e à idade ideal para se dançar é relativo. Cada corpo tem uma maturação diferente da outra. O correto é não ter dentro de um mesmo ambiente, ou horário de aulas, faixas etárias muito diferentes uma das outras. Esta é a forma de padronizar ou obter menores diferenças entre a coordenação motora de um mesmo grupo de crianças.

Sobre as aulas de dança serem oferecidas gratuitamente, todas as escolas afirmaram que sim, somente nas aulas de dança extracurriculares é que é cobrada uma taxa específica.

No quesito periodicidade das aulas a maioria das escolas oferecem aulas de dança apenas uma vez durante a semana, o que considera-se pouco tempo para a formação corporal das crianças.

No que diz respeito à formação profissional de quem ministra as aulas de dança, a alternativa mais assinalada foi o profissional de Educação Física. Segundo Molina, Silva, e Silveira (2004), fica claro que a questão da educação corporal não é de responsabilidade exclusiva das aulas de Educação Física, nem de dança ou de expressão corporal. O corpo está em constante desenvolvimento e aprendizado. Em uma escola é o professor da sala de aula que trabalha a dança, o que de acordo com Ostetto (2010), o professor da sala de aula pode experimentar outras linguagens, educação do sensível, assim, ensaiará novos passos e, talvez, possam ir quebrando a rigidez das verdades pedagógicas, experimentando a mobilidade de pensamento, negando o aprisionamento do fazer educativo no discurso do único. No diálogo com a arte, anuncia-se uma possibilidade de afirmar a multiplicidade e a beleza da vida, reivindicando essa mesma beleza para o cotidiano escolar.

No item o que poderia ser melhorado nas aulas de dança a opção mais assinalada foi “mais tempo para as aulas de dança”. É bom perceber que os educadores têm essa visão do quanto é importante ter uma maior carga horária para o desenvolvimento corporal.

De todas as 13 escolas que não têm aula de dança, apenas uma não deseja ter futuramente as aulas, por motivos religiosos. As escolas que dizem ter a intenção de oferecer aulas de dança futuramente afirmam que o motivo principal é o de entender que a dança é algo necessário para o desenvolvimento da criança.

 

CONCLUSÃO

Após analisar o ensino da dança nas escolas públicas e particulares da zona urbanas da cidade de Alfenas, notou-se que as escolas não se interessam muito pela oferta da dança aos alunos, pois das 19 escolas que participaram do estudo, apenas seis oferecem esta modalidade, onde apenas uma escola da rede pública promove a oferta desta atividade. Notou-se também que a modalidade nem sempre é inserida na grade curricular e sim, extracurricular, e que por este motivo, os alunos têm a livre escolha para frequentar ou não as aulas, e estas aulas, na maioria das escolas, são ofertadas na maioria das vezes apenas uma vez na semana.

Porém, pontos positivos da prática desta modalidade foram detectados, como o tipo de profissional que ensina a prática, onde a maioria são os profissionais de Educação Física em conjunto com um profissional de dança; as escolas relatam o desejo de destinar mais tempo para oferta das aulas; praticamente a maioria das escolas que não oferecem as aulas anseia oferecer futuramente, por reconhecer que seja um diferencial nas aulas de
Educação Física, e também entendem que é fundamental para o desenvolvimento das crianças.

Logo, conclui-se que se houver mais informação sobre os benefícios que a dança pode gerar a quem pratica mais escolas adotarão aulas de dança na sua grade curricular.

 

REFERÊNCIAS

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BREGOLATO, R. A. Cultura corporal da dança. 2. ed.; São Paulo: Ícone, 2006.

CARDOSO, B. L. C.; ASSUMPCAO, L. O. T. O papel do folclore na motivação para atividades físicas de idosas. Rev. Bras. Educ. Fís. Esporte. v.25, n.1, p. 55-64, 2011.

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SHIBUKAWAI, R. M.; GUIMARAES, A. C. A.; MACHADO, Z.; SOARES, A. Motivos da prática de dança de salão nas aulas de educação física escolar. Rev. Bras. Educ. Fís. Esporte. v.25, n.1, p. 19-26, 2011.

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TEIXEIRA, S. S. F.; SOUZA, M. T. A dança circular na resolução de situações-problema em aulas de Educação Física. Motriz: Rev. Educ. Fis. v.16, n.4, p. 1052-1059, 2010.

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Volume/Edição

Autores

  • ALVES, Marina Souza; TERRA, Gerusa Dias Siqueira Vilela; DA SILVA, Giuliano Roberto; TAVARES, Marcelo Rodrigo; VILAS BOAS, Yvan Fernandes

Páginas

  • 1 a 15

Áreas do conhecimento

  • Nenhuma cadastrada

Palavras chave

Dados da publicação

  • Data: 15/12/2017
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