01/12/2016

USO DE DROGAS EM ESCOLAS DA CAPITAL DO ESTADO DE MATO GROSSO: Uma reflexão necessária

USO DE DROGAS EM ESCOLAS DA CAPITAL DO ESTADO DE MATO GROSSO: Uma reflexão necessária

 

Roseli da Silva e Souza

Graduada em Biologia, Universidade de Cuiabá - UNIC

Josué Ribeiro da Silva Nunes

Professor adjunto de Ecologia da Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT

Paula Alexandra Soares da Silva Nunes

Professora de Geografia da Rede Pública de Ensino

Cristiane Ferreira Lopes de Araújo

Professora adjunta de Biologia da Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT

 

RESUMO

As drogas tem sido amplamente usada e tem causado dependência na maioria das pessoas que usam, devido a sensação de prazer e excitação que provoca principalmente no início do uso. São classificadas como drogas lícitas ou ilícitas, mas ambas causam dependência. Os principais fatores apontados para o uso das drogas de qualquer tipo são: curiosidade; influência de amigos; prazer imediato que produzem; facilidade de acesso e obtenção; desejo ou impressão de que elas podem resolver todos os problemas e aliviar ansiedades. Esta pesquisa teve como objetivo identificar o uso de drogas em escolas no município de Cuiabá capital do estado de Mato Grosso, através de entrevistas com professores e alunos. Foram realizadas entrevistas em escolas no munícipio, e foram utilizados dados do PROERD (Programa Educacional de Resistência as Drogas e a Violência). Nas entrevistas realizadas foi possível identificar que os professores dizem ter conhecimento de uso de drogas nas escolas, mas nunca presenciaram entretanto sabem que são utilizadas nas festas realizadas na cidade. Os professores também identificaram que reconhecem os alunos usuários pelo comportamento dos mesmos, sendo que estes geralmente são desanimados e sonolentos ou o contrário, ficam excitados e inquietos. Alguns alunos disseram que existe uso nas escolas, entretanto este é velado evidenciando a necessidade de atenção para com os estudantes e jovens em geral.

Palavras-Chave: entorpecentes; ambiente escolar, dependência.

 

ABSTRACT

The drugs have been widely used and has caused dependence in most people that use, due to feeling of pleasure and excitement it causes mainly at the beginning of the use. Are classified as drugs, licit or illicit, but both cause addiction. The main factors pointed to the use of drugs of any type are: curiosity; influence of friends; immediate pleasure they produce; ease of access and attainment; desire or feeling that they can solve all the problems and relieve anxieties. This research aimed to identify the use of drugs in schools in the municipality of the capital of the State of Mato Grosso, Cuiabá, through interviews with teachers and students. Interviews were carried out in schools in the municipality, were also used data from the PROERD (Programa Educacional de Resistência as Drogas e a Violência). In the interviews was to identify which teachers said not having knowledge of drug use in schools but they knew are used at parties held in the city. Teachers also identified that recognize students for the behavior of those users, and these are generally discouraged and sleepy or otherwise, are excited and restless. Some students said that there is no use in schools, however this is veiled evidencing the need for attention to the students and young people in General.

Key-words: narcotic drugs; school environment, dependence.

 

INTRODUÇÃO

Durante toda a história da humanidade encontra-se relatos de fórmulas mágicas, poções elaboradas por curandeiros, e, espécies vegetais que produziriam transformações psíquicas no indivíduo. Essas transformações psíquicas, primeiramente, eram associadas a manifestações divinas ou sobrenaturais mas, com o evoluir do pensamento humano elas ganharam um tratamento mais cuidadoso, sendo aplicadas para aliviar a dor e produzir. Talvez isso explique a estreita relação entre a medicina e determinadas drogas, ainda hoje (BARBOSA 2001).

A coca no altiplano boliviano e peruano era utilizada sem nenhuma reprovação social, pelo contrário, o mascar das folhas era utilizado para eliminar os efeitos da altitude e durante a jornada de trabalho para diminuir a fome. Não havia nenhum processo de industrialização, a coca era consumida in natura mascada ou consumida através de chás. (GRAFF, 1984).

Na região central da América, mais propriamente no México, os Astecas utilizavam a mescalina, substância extraída do peypl (peyote) que é uma espécie de cactos, para produzirem sensações alucinógenas, onde o indivíduo tinha estranhas visões atribuídas aos poderes da planta.

A papoula é uma flor resplandecente, com um perfume agradável. Conservada espécie ornamental não existe nenhuma restrição ao seu cultivo. Sua utilização com fins terapêuticos datam de mais 3.000 (três mil) anos aproximadamente (GRAFF, 1984).

A maconha também é velha conhecida da humanidade, datando de aproximadamente 5.000 (cinco mil) anos, a sua utilização para fins medicinais (COHEN, 1988).

O termo droga, com o sentido que é atribuído tem como componente determinando a sua utilização desenfreada, causando a dependência, ou seja, um mal. Aliado aos problemas sociais e as constantes transformações da própria sociedade, em determinado momento, algumas dessas substância tiveram seu consumo restrito, em outros casos proibido, e sua produção ou consumo considerado crime.

As drogas possuem classificações segundo a Lei nº. 6.368/78 (lícitas e ilícitas), ou seja, aquelas que a Lei permite o consumo, com algumas restrições e, por isso são consideradas drogas socialmente aceitas. Encontram-se elencadas nessa situação o fumo (tabaco) e o álcool (bebidas alcoólicas). Por sua vez, as drogas ilícitas são todas as demais, como a maconha, os opiáceos, os solventes, os inalantes, e outras produções que causem dependência física e psíquica. Além dessas, existem os fármacos que são utilizados para produzir benefícios aos pacientes, sob recomendação médica mas, que tiveram desvirtuada a sua utilização (Lei 6.368/76).

 

Definição de drogas

São substâncias naturais ou sintéticas que, ao serem absorvidas pelo organismo humano sob qualquer forma – ingeridas, injetadas, inaladas ou absorvidas pela pele – entram diretamente na corrente sanguínea, a tingem o cérebro e alteram o seu equilíbrio, fazendo com que a pessoa sinta tudo “diferente” (BENTO 1986).

Historicamente, muitas substâncias foram utilizadas sem grandes consequências pelo ser humano, e até mesmo com finalidades terapêuticas. Contudo, em alguns casos, há risco de causar a dependência dessas substâncias.

As drogas agem na psique humana modificando a vontade de agir, analisar, pensar, portanto, mudando o comportamento da pessoa. Causam a dependência que é um desejo incontrolável de consumir nova dose, mesmo que isso lhe cause problemas físicos, emocionais, sociais e financeiros (BENTO 1986).

As pessoas viciadas ao interromperem abruptamente apresentam sinais derivados da síndrome de abstinência, que são externalizados através de vômitos, dores, depressão, irritabilidade, desorientação, levando o usuário a voltar ao consumo.

Para que o vício seja extinto faz-se necessário a orientação médica, psicológica, o apoio familiar, inclusive da própria sociedade através de suas instituições, entre elas, a escola, a igreja e os círculos de amizade.

Biologicamente, após as primeiras doses, o organismo vai se ajustando a substância, por isso o usuário tem a sensação de que aquela dose ou droga não está mais fazendo efeito. Assim, o usuário vai sendo compelido a aumentar a dose e até mudar para uma droga mais forte. (BENTO 1986).

Entrevistas com usuários e adictos tem revelado alguns dos motivos que os levaram a ingressar nessa aventura perigosa.

Os principais são:

  1. curiosidade;
  2. influência de amigos;
  3. prazer imediato que produzem;
  4. facilidade de acesso e obtenção;
  5. desejo ou impressão de que elas podem resolver todos os problemas e aliviar ansiedades.

 

Delimitação da área de estudo

A pesquisa foi realizada na cidade de Cuiabá capital do estado de Mato Grosso, em escolas particulares, municipais e estaduais nos diferentes bairros.

 

Método

Para a coleta de informações foi aplicada a pesquisa bibliográfica e para atualizar as informações, serviu-se de entrevistas com alunos, professores, coordenadores, família e adictos de drogas e de material cedido pelo PROERD – Programa Educacional de Resistência as Drogas e a Violência.

 

Programa Educacional de Resistência as Drogas e a Violência.

O PROERD teve sua gênese nos Estados Unidos, mais precisamente, na cidade de Los Angeles, em 1983, decorrente de pesquisas realizadas por pedagogas que perceberam a necessidade de orientar as crianças sobre drogas e violência, considerando que os males que elas causam na vida de um ser humano e consequentemente da sociedade.

Nos Estados Unidos o programa tem o nome de DARE (Drugs Abuse Resistence Education), sendo utilizado em mais 55 (cinquenta e cinco) outros países. No Brasil, houve a nacionalização da denominação passando a ser chamado de PROERD - Programa Educacional de Resistência as Drogas e a Violência.

Na concepção pedagógica do programa, a aplicação se dá através de um policial militar fardado, representando a instituição formal e gerando expectativa nas crianças.

O programa é aplicado junto aos alunos da 4ª série, objetivando atender a faixa etária entre 9 e 12 anos. A escolha dessa população decorre da natureza do programa ser a prevenção primária.

Deseja-se demonstrar-se, claramente às crianças o perigo que as drogas lícitas e ilícitas causam ao organismo. Pretende-se criar-se um caminho para quando a criança estiver em dúvidas e conflitos possa utilizar, reduzindo a possibilidade de violência. Além do que, não é preciso retirar o policial de suas atividades, pois o horário pode ser ajustado, devido ao fato de existir um professor titular.

Nos cinco anos de aplicação do programa no Estado de Mato Grosso foram atendidas mais de 54.000 (cinquenta e quatro mil) crianças.

O programa possui a necessidade de um protocolo formal de intenções que deve ser celebrado entre as partes. Quando a escola é municipal ou estadual, a competência é da Secretaria de Educação, que se compromete a ceder cartilhas, certificados, carteirinhas, camisetas, bonés para crianças participantes do programa. Além do combustível para o deslocamento do instrutor.

Quando se tratar de escolas particulares, o convênio será firmado pela direção da escola, com os mesmos obrigações das escolas municipais e estaduais, acrescido do fato que, deverá adotar uma instituição filantrópica custeando todo material necessário para a aplicação do programa.

O programa encontra-se regido por três segmentos, quais sejam, a família, a escola e a Polícia Militar, tendo como objetivo único a manutenção das crianças longe das drogas e da violência.

Assim também, encontram-se definidos os papéis que cada agente deve atuar, sendo que deve ficar caracterizado que o policial militar não está na escola para substituir professor, mas para somar-se a ele, com conhecimentos e experiência. O papel do professor é estar na sala de aula e colaborar com o instrutor do PROERD.

A família é tomar conhecimento do ingresso do policial militar na escola, dos assuntos que serão tratados. Didaticamente o programa encontra-se dividido em 17 lições, que deverão ser ministradas no semestre letivo, sendo uma aula por semana e uma hora por aula.

Em cada aula é trabalhada uma lição com o objetivo de estar alertando e orientando a criança sobre vários temas, tais como, a relação entre direito individual e dever (obrigação) individual; os efeitos da droga na mente humana; definição de drogas lícitas (legais) e ilícitas (ilegais) e os danos ao organismo; o vandalismo e suas consequências; mudando as ideias sobre o uso de drogas; como dizer não as drogas; formação da autoestima; segurança; como livrar-se das tensões sem usar drogas; o que fazer para reduzir a violência; meios de comunicação e as drogas; como tomar decisões; como dizer sim para as alternativas positivas; apresentação de modelos positivos; como resistir a pressão das gangues; revisão dos temas abordados; os alunos tomando a decisão, escrevendo sobre o que foi abordado; formatura que é uma solenidade para valorização do esforço, repletas de atividades.

O PROERD encontra-se regulamentado através do Decreto nº 5.651, de 10 de dezembro de 2002, no âmbito da Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Estado de Mato Grosso.

O PROERD teve o início de suas atividades no Estado de Mato Grosso, no ano de 2.000, alcançando as cidades de Cuiabá e Várzea Grande. No ano de 2001, o programa foi expandido para outros municípios alcançando Cáceres, Rondonópolis, Primavera do Leste, Tangará da Serra, Rosário Oeste, Barra do Garças, Nova Xavantina e Sinop. No ano de 2003, estendeu-se para Lucas do Rio Verde, Sorriso, Colíder, Paranaíta, Água Boa, Pontes e Lacerda e Campo Novo do Parecis.

Nesse período foram formadas aproximadamente 35.000 (trinta e cinco mil) crianças e a cada ano estão sendo somados 3.000 (três mil) novos proerdianos, formados nas cidades de Cuiabá e Várzea Grande e mais 5.000 (cinco mil) no interior do Estado.

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para melhor desempenho o PROERD em Mato Grosso encontra-se dividido em CR (Conselhos Regionais), cada qual, com autonomia para o desenvolvimento dos trabalhos conforme a necessidade local.

  • CR I – Cuiabá

As informações seguintes foram obtidas a partir do PROERD. Foram atendidas em 2004, no Município de Cuiabá, um total de 26 escolas, das quais 8 particulares, 17 municipais e uma estadual, conforme pode ser observado na Figura 1.

Figura 1 – Número de escolas atendidas em Cuiabá, capital do Estado de Mato Grosso pelo PROED em 2004.

 

O número de alunos atendidos foi de um total de 1710, sendo 363 de escolas particulares, 1272 municipais e 75 estaduais. Figura 2.

Figura 2 – Número de alunos atendidos em Cuiabá, capital do estado de Mato Grosso pelo PROERD em 2004.

 

Ainda, segundo material fornecido pelo CR I – Cuiabá, do PROERD, os bairros que tiveram maior incidência de casos de tráfico e consumo de drogas foram:

  • Parque Cuiabá 3 casos, correspondendo a 1%;
  • Novo Paraíso, 03 casos (1%);
  •  Tijucal 07, casos (3%);
  • Parque Ohara, 04 caos (1%);
  • Bela Vista, 3 casos (1%);
  • Bosque da Saúde, 36 casos (14%);
  • Jardim Leblon, 30 casos (11%);
  • Araés, 03 casos (1%);
  • Jardim Imperial, 03 casos (1%);
  • Pedregal, 23 casos (9%);
  • Porto, 20 casos (8%);
  • Dom Aquino, 06 casos (2%);
  • Pascoal Ramos, 9 casos (3%);
  • Santa Isabel, 17 casos (6%);
  • Jardim Cuiabá, 06 casos (2%);
  • Verdão, 4 casos (2%);
  • Jardim Industriário, 5 casos (2%);
  • Grande CPA, 21 casos (8%);
  • Centro América, 02 casos (1%);
  • Centro Cuiabá, 16 caos (6%);
  • 1º de Março, 05 casos (2%);
  • Areão, 03 casos (1%);
  • Altos da Serra, 06 casos (2%);
  • Pedra 90, 18 casos (7%);
  •  Residencial Coxipó, 05 casos (2%);
  •  Lixeira 07, casos (3%);
  • Altos da Serra, 6 casos (2%).

Sendo Bosque da Saúde (14%) e Jardim Leblon (%) os que apresentaram maior incidência de uso de entorpecentes fazendo-se necessário um trabalho mais próximo e mais ostensivo para coibir tal prática.

 

ENTREVISTAS

Foi aplicada entrevista junto aos professores sendo que uma professora disse que não tinha conhecimento do uso de drogas na escola, mas que sabia que eles consumiam drogas nas festas realizadas na cidade, disse inclusive que tinha informações de que ao comprar o convite eles tinham direitos a uma quantia de drogas.

Segundo nos informou, um aluno desta Instituição já foi levado para a Delegacia, conduzido por policiais, quando fazia uso de drogas na rua depois da aula.

Também foi realizada entrevista com os alunos das escolas sobre o uso de drogas nas escolas. Um aluno respondeu de modo semelhante a professora, afirmou que na sala de aula nunca houve qualquer sinal mas que nas festas que acontecem mesmo na escola existe o consumo de drogas ainda que de maneira velada.

Prosseguiu ele contando que, quando alguns colegas deixam a escola, vão para a casa de alguns amigos, ou ficam nas escadas do prédio da escola para consumir drogas.

O quadro apontado acima sugere que, existe o conhecimento por parte da sociedade do consumo de drogas mas, esta omite-se, pois na maioria das vezes, a utilização se dá de modo dissimulado.

Em outras entrevistas um professora disse que existe o uso mas depende de algumas variáveis:

 

“Sim, mas depende do horário, o período matutino e noturno geralmente é tranqüilo pois, é freqüentado por alunos de mais interesse pelo estudo. O período vespertino é um período mais problemático nesta escola, pois é um horário que este tipo de aluno freqüenta, porque a noite ele está na rua, dorme a manhã toda e estuda a tarde”.

 

A entrevista prosseguiu, quando a professora foi relatando como descobria se o aluno utilizava ou não drogas através de sintomas. Segundo ela, o primeiro sintoma que o professor percebe é a agitação do aluno, que não para na sala de aula, ou ainda, por dormir muito na sala de aula e não tem bom rendimento.

Diante desse quadro revelador, a seguir foi aplicada uma entrevista junto a uma Autoridade competente. Segundo ela, as drogas são um problema social e econômico. Acredita que deve ser mobilizada a sociedade para que todos, família, escola, comunidade e Poder Público combatam o uso e o comércio dessas drogas.

Procurou-se entrevistar um ex-usuário de drogas, sem direcionar as perguntas. Contou que usou droga para ser “diferente”, quando seus pais descobriram foi internado duas vezes. Começou usando a maconha. Depois de um tempo “perdeu a graça”, e começou a experimentar outras drogas.

Novamente foi internado. Desta vez, o médico disse “não posso fazer nada por você, garoto.”, relata que ficou arrepiado, nunca tinha pensado na morte. Prossegue ele narrando o episódio, “o médico falou, mas você pode fazer algo por você mesmo.

Era o começo da minha responsabilidade. Não eram meus pais, não era ninguém. Era eu na luta contra a droga. Passei momentos de angústia, de depressão, várias vezes foi tentado a voltar a consumir a droga. Minha família apoiava o esforço. Me levava ao mesmo médico.

Se foi difícil? foi terrível, mas o tempo foi passando, voltei para a escola, fiz novas amizades. Comecei a praticar esportes. Eu me sentia limpo, meus pais eram só alegria.

Voltei várias vezes ao médico, ficamos amigos. Um dia ele me disse: “sabe, você nunca vai ficar livre da droga, ela deixa marcas na alma da gente. Sempre que tiver vontade, pense no sofrimento que foi se livrar dela.” Nunca mais voltei a usar.

 

DISCUSSÃO

O caminho para as drogas tem sido, lamentavelmente, as escolas. Os traficantes utilizam estes locais porque a criança ou jovem vicia mais rapidamente. Como possuem muitos amigos e partilham de suas experiências, logo, o número de usuários multiplica-se rapidamente.

O que pode a escola fazer para combater as drogas? A informação, o esclarecimento são sempre os melhores antídotos contra esse mal. O problema é que a escola, enquanto instituição reluta em tornar público, a existência de consumo de drogas, ou seja, se protege, quando deveria proteger.

Discute-se, qual o papel do professor na recuperação de viciados? O grande problema do viciado é sentir-se isolado, quando procura ficar sozinho ou na companhia de outros viciados. O papel do professor é quebrar o isolamento, trazer ele de volta a um ambiente sadio.

Como a família deve tratar um viciado? O papel da família é estar solidário nas conquistas diárias do viciado que luta para libertar-se das drogas. É não permitir que ele se renda novamente as drogas.

O que podem fazer as Autoridades? Combater a droga na porta das escolas, festas, na rua, e não permitir que entre no país.

Qual o papel da comunidade? Os meios de comunicação, as instituições religiosas, enfim, todos podem unir-se, para salvar um viciado. E, desenvolver programas para evitar a disseminação das drogas.

A realidade demonstra que, em diferentes situações, um ex-viciado pode ser levado ao consumo novamente pelo ambiente onde está inserido, pode ser compulsivamente levado novamente a consumir drogas ou mesmo a rejeição por parte da sociedade.

Na maioria das vezes que falamos sobre o assunto das drogas, não colocamos na pauta a questão das drogas chamadas “lícitas” e do fato de que estas gozam do respaldo da tradição histórico-cultural e cuja produção, venda e consumo não são penalizados (Pons Diez e Berjano Peirats 1999).

 

CONCLUSÃO

O papel da orientação é determinante para a contenção da disseminação do consumo, e, uma das maneiras mais simples, é tornando o jovem mais informado e desmistificando a farda, onde o soldado é visto como uma autoridade apenas punitiva. Desse modo o PROERD, demonstra ser uma eficiente maneira que as escolas dispõe para o desenvolvimento de atividades, junto a sua clientela.

O resultado que se aferiu, é que a mudança de comportamento diante da vida, dos problemas pessoais, escolares, familiares e sociais, em face dos valores propostos pela escola, resultam numa prática que transforma a escola numa comunidade educativa, onde os envolvidos – professores, alunos, diretores, pessoal administrativo, técnico-pedagógico e pais – num processo de integração, passarão a tornar-se agentes desse processo de interação e, encarar o mundo com maior lucidez e liberdade.

Diante disso, concluiu-se que o PROERD deve, na medida das possibilidades ser estendido à todas as escolas públicas primeiramente, e, na seqüência, às demais pois, é menos oneroso ao Poder Público este trabalho que, o tratamento de desintoxicação dos viciados.

 

Bibliografia

BARBOSA, Maria Alejandra Rosales Vera, CURANDERISMO E CURANDEIROS EM CURITIBA (1899-1912): DISCURSO E REPRESENTAÇÃO NO "DIÁRIO DA TARDE", Dissertação, Universidade Federal do Paraná, 166f.

BAUNGART, Juliano Duailibi. Drogas, jovens e a luta contra as drogas. Monografia. Cuiabá: UFMT, 2003. 

BENTO, Vítor Eduardo Silva. Os componentes psicológicos das toxicomanias. Curitiba: Ed. do Autor, 1986.

BRASIL. Código penal. CD-Rom. São Paulo: Europa, 2004.

__________. Lei nº 6.368/76. Dispõe sobre medidas de prevenção e repressão ao tráfico ilícito e uso indevido de substâncias entorpecentes ou que determinem dependências física ou psíquica e da outras providências. Brasília, 21 de setembro de 1976.

COHEN, Mirian. Tudo sobre drogas. Rio de Janeiro: Nova Cultura, 1988.

GRAFF, Frederico Guilherme. Drogas psicotrópicas e seu modo de ação. São Paulo: EPU, 1984.

JAFFE, Jérome et al. Tóxico e outros vícios. São Paulo: Gráfica e Editora, 1981.

JORNAL O ESTADO DE SÃO PAULO. Disponível em: <http:www.oestadao.com.br>. Acesso em 10/01/2005.

PROGRAMA EDUCACIONAL DE RESISTÊNCIA ÀS DROGAS E A VIOLÊNCIA. Polícia Militar do Estado de Mato Grosso. Comando Geral. E-mail:<iremar@pm.mt.gov.br>.

REVISTA VEJA. Veja on line. Disponível em: <http://vejaonline.com.br> 14/07/1999. Acesso em 10/01/2005.

Folhetos Informativos sobre Drogas Psicotrópicas do CEBRID.

Baixar artigo

Volume/Edição

Autores

  • SOUZA, Roseli da Silva; NUNES, Josué Ribeiro da Silva; NUNES, Paula Alexandra Soares da Silva, ARAÚJO, Cristiane Ferreira Lopes

Páginas

  • 1 a 14

Áreas do conhecimento

  • Nenhuma cadastrada

Palavras chave

  • entorpecentes; ambiente escolar, dependência

Dados da publicação

  • Data: 01/12/2016
Assine

Assine gratuitamente nossa revista e receba por email as novidades semanais.

×
Assine

Está com alguma dúvida? Quer fazer alguma sugestão para nós? Então, fale conosco pelo formulário abaixo.

×