O PROJETO SOCIOANTROPOLÓGICO NO CONTEXTO ESCOLAR
O PROJETO SOCIOANTROPOLÓGICO NO CONTEXTO ESCOLAR
BUHRING, Renan Luis [1]; HEEMANN, Andressa Rubia[2].
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo pesquisar características, ações e etnografias de uma escola Particular Confessional de um município do Rio Grande do Sul, a qual ficará em sigilo. A fim de obter um resultado que associe com problemas sociais das realidades dos pesquisados realizou-se um questionário semiestruturado com perguntas abertas e fechadas, que foi entregue as famílias. As informações obtidas servirão para poder estipular ações que possam contribuir com a modificação de situações que necessitem atenção. Visando o desenvolvimento dos alunos, é estudado durante este trabalho questões que influenciam nos processos sociais, cognitivos e afetivos, sendo propulsoras ou inibidoras do rendimento e desenvolvimento. Foi analisado o contexto socioantropológico das turmas do 1º, 2º, 3º e 4º ano do Ensino Fundamental da escola já citada. O trabalho visa identificar a constituição Familiar das famílias dos alunos da escola, identificar aspectos étnicos e religiosos das famílias dos alunos, descrever as condições socioeconômicas das famílias, bem como a formação e qualificação para o trabalho, conhecer as condições de moradia das famílias dos alunos da escola, averiguar questões de saúde e saneamento básico das famílias, investigar se há participação das famílias na comunidade escolar e o mais importante, compreender a importância da escola para as famílias;
1 INTRODUÇÃO
O projeto socioantropológico tem como objetivo pesquisar características, ações e etnografias dos participantes, a fim de obter um resultado que associe com problemas sociais das realidades dos pesquisados. Os anos inicias são atendidos por professores unidocentes, ou seja, formados em magistério ou pedagogos, sendo dispensável que haja a presença de especialistas em disciplinas, o que torna o trabalho do professor muito mais importante, e de certa forma mais difícil. Nesta fase, ocorre o momento mais importante para o desenvolvimento psicomotor dos alunos, e as aulas, em uma perspectiva mais inovadora, deve ser dinâmica, sendo indispensável investigar informalmente as ações dos alunos e descobrir se há algum problema socioafetivo que possa comprometer no seu desenvolvimento. Devido a isto, se faz muito importante que se identifique aspectos da estrutura sociocultural, para conhecer a realidade social da comunidade escolar, e poder futuramente desenvolver em aulas as ações e atividades lúdicas, e fundamentadas a partir desse estudo. Por fim, buscar os entornos socioculturais da família dos alunos da escola de Ensino Fundamental e sua importância para o desenvolvimento humanístico da mesma.
2 O PROJETO SOCIOANTROPOLÓGICO NO CONTEXTO ESCOLAR
As teorias evolucionistas do século XIX foram muito influenciáveis para a formação do racismo, que afirmava existir uma hierarquia racial, e as práticas desse racismo se tornaram comuns na sociedade contemporânea. Nesse sentido, é como se existisse uma ideologia que permite o domínio sobre um grupo. Segundo a autora Eliane Cavalleiro (2014) esse domínio ainda predomina o ser humano. Ele se inicia nos primeiros anos de vida, do zero aos sete anos, onde ocorre o início do desenvolvimento e socialização do indivíduo, sendo grande responsável no futuro do sujeito. Por esse motivo a socialização inicia-se na família, e nela surgem os perfis, os quais podem ser bons como maus. Sendo assim, a experiência escolar antes dos sete anos é muito importante e também amplifica a socialização e viabiliza diversas formas de ver o mundo.
A sociedade também tem um papel de categorização das pessoas, e o sujeito é definido conforme as concepções construídas sobre os grupos sociais conforme a concepção do sujeito sociológico, sustentada por Mead (1973) e pelo interacionismo simbólico do início do século XX, os quais diziam que o sujeito é fruto das relações com outros sujeitos, que conduzem os pensamentos e práticas, tornando um ser não autossuficiente. Segundo Goffman (1963, p.14): “um indivíduo que poderia ter sido facilmente recebido na relação social cotidiana possui um traço que pode se impor à atenção e afastar aquele que se encontra, destruindo a possibilidade de atenção para outros atributos seus”.
No momento que a sociedade seleciona indivíduos e os reduz, também constrói teorias para explica-los, e assim justifica o motivo da discriminação contra o sujeito, criando atos ímpetos na sociedade. A violência escolar é cotidiana, e surge como forma de desrespeito verbal, segregação, na exclusão e indiferença, e existe em todas as classes sociais. As escolas precisam também de mudanças, as quais de acordo com Moreira e Candau (2003) seria a construção de um novo currículo, buscando nele o multiculturalismo, e professores se reconstruindo com novos saberes, novas posturas, conteúdos, e novas estratégias para o ensino, dar liberdade para a diversidade, para a diferença e a mistura das culturas.
O multiculturalismo é o jogo das diferenças, cujas regras são definidas nas lutas sociais por atores que, por uma razão ou outra, experimentam o gosto amargo da discriminação e do preconceito no interior das sociedades que vivem. Isto significa dizer que é muito difícil, se não impossível, compreender as regras desse jogo sem explicitar os contextos sócio históricos nos quais os sujeitos agem, no sentido de interferir na política de significados em torno da qual dão inteligibilidade a suas próprias experiências, construindo-se enquanto atores (GONÇALVES; SILVA, 1998, p. 19).
A escola é um ambiente de construção de cidadãos, nela é indispensável a inclusão, o respeito e a valorização de todas as culturas, quando unidas essas vivências, constrói uma nova concepção de mundo, e uma formação capaz de modificar a realidade, transformando as relações em respeito, e extinguindo o preconceito. A educação física, por exemplo, é uma disciplina que vivencia ao extremo condições de preconceito, e onde é possível trabalhar muito o contato dos indivíduos. Nas aulas de educação física as mensagens culturais são expostas, através de expressões espontâneas, e o professor deve ser capaz de propor situações que apareça e que seja valorizada as diferentes culturas.
As implicâncias nas relações escolares partem de um princípio de desigualdade social, e preconceitos existentes no cotidiano das crianças. Esse motivo é pelo fato de normalmente crianças de famílias carentes ter maior probabilidade de desenvolver ansiedade, dificuldade de atenção, dependência, agressividade entre outros fatores causados devido a problemas emocionais familiares, isto segundo a autora Alda Judith Alves Mazzotti (2006). Pelo motivo da criança desenvolver um comportamento agressivo ou diferente dos demais alunos, a escola e os demais colegas, acabam reprimindo, excluindo, deixando de lado, e assim é feito um recorte dos que aprendem e não aprendem, sem buscar sua história e suas vivencias, esquecendo-se da cultura popular, e enfatizando apenas a cultura dominante.
Essas desigualdades, acarreta diversas consequências para o indivíduo o que dificulta o bom desempenho escolar, e consequentemente, uma colocação melhor no mercado de trabalho, gerando um ciclo de desigualdade, onde os sujeitos melhor estruturados socialmente ocuparão os melhores cargos, e os menos estruturados estarão nos cargos menores remunerados. Em uma pesquisa de Alda Judith Alves Mazzoti (2006) afirma-se que os professores não auxiliam na mudança das práticas, continuam exilando alunos com dificuldades, e os culpam por isso, além de uma enorme falta de interesse de ensinar.
O motivo para existir tal implicância deve-se falta de percepção dos docentes frente às questões de preconceito e desigualdades, deixando com que essas diferenças alterem o processo de ensino, por meio de preconceito e discriminação vivenciados diariamente nas escolas, o desprezo pela falta de poder aquisitivo, a superioridade interior de classes altas, pela negação da diferença, pela falta de crença na potencialidade do aluno, e expectativa negativa. Verifica-se que, principalmente os professores estão dentro do processo de distinguir quem aprende ou não, sendo ignorado totalmente o que é estudado no estudo da docência. Não se deve deixar uma classe social diferenciar uma qualidade de ensino, todos têm a chance de modificar o seu destino, o ciclo se reinicia porque está faltando mudanças.
Segundo Kreppner (2000), a família é um sistema social responsável pela transmissão de valores, crenças, ideias e significados. É na família que se inicia o processo de socialização, onde se aprende as condições de sobrevivência básica, onde se busca a proteção, e onde ocorre o desenvolvimento nos planos sociais, cognitivos e afetivos.
As habilidades sociais e sua forma de expressão, inicialmente desenvolvidas no âmbito familiar, têm repercussões em outros ambientes com os quais a criança, o adolescente ou mesmo o adulto interagem, acionando aspectos salutares ou provocando problemas e alterando a saúde mental e física dos indivíduos (Del Prette & Del Prette, 2001). Desse modo, a família é o modelo para as crianças, sendo influenciável na vida da criança, tanto como propulsoras, como inibidoras do crescimento dos jovens, nos estados físicos, intelectuais, emocionais e sociais.
A família contemporânea, já não tem a mesma formação nuclear de décadas passadas, hoje é complexa e segundo Petzold (1996) já foram identificados 196 tipos de famílias. Os laços sanguíneos já não são os únicos a edificar uma família, mas sim os de interações e relações entre as pessoas. Os padrões familiares vão se transformando e reabsorvendo as mudanças psicológicas, sociais, políticas, econômicas e culturais, o que requer adaptações e acomodações às realidades enfrentadas (Wagner, Halpern & Bornholdt, 1999). As funções que a família desempenha fornece aos membros uma estrutura de relações em que os papéis são evidenciados. No entanto, esses vínculos e as relações variam com as modificações do desenvolvimento dos indivíduos.
Essas relações, dependendo da forma, podem gerar estresse, chamado de estresse parental, onde as atitudes dos pais perante a criança geram problemas, tanto na parte de dificuldades de interações sociais, como também de ajustamento social, (Volling e Elins, 1998). O fato de pais punirem seus filhos pelos seus comportamentos gera para a criança dificuldades em manter vínculos, problemas sociais de risco e insegurança. Booth e Cols (1998) observaram a qualidade na relação mãe-criança, a qual é transferida em outras relações interpessoais, paralelo a isso, identificaram que a baixa qualidade da relação com a mãe é compensada nas relações futuras.
A escola e a família compartilham funções sociais, políticas e educacionais, na medida em que contribuem e influenciam a formação do cidadão (Rego, 2003). Para compreender os processos de desenvolvimento e seus impactos na pessoa, é preciso focalizar tanto o contexto familiar quanto o escolar e suas inter-relações (Polonia & Dessen, 2005).
O desenvolvimento da criança inicia-se no ambiente familiar, mas a escola também tem papel fundamental nesse processo, é um espaço onde o aluno expande sua autonomia e independência essenciais para o desenvolvimento de novas estruturas sociais, cognitivas físicas e afetivas na vida da criança.
Colaboração tanto da escola como da família definem o perfil futuro da criança. Friend e Cook (1990, p.169) definem colaboração como "um estilo de interação entre, no mínimo, dois parceiros equivalentes, engajados num processo conjunto de tomada de decisão, trabalhando em direção a um objetivo comum." Os autores ainda citam as condições necessárias para a colaboração das partes: a) existência de um objetivo comum; b) equivalência entre participantes; c) participação de todos; d) compartilhamento de responsabilidades; e) compartilhamento de recursos; e f) voluntarismo. Ou seja, deve ser um trabalho em grupo, e todas as partes devem estar comprometidas com o mesmo objetivo.
Mas infelizmente essa participação conjunta não ocorre com muita frequência, tanto pela falta de interação entre ambos, como pela falta de crença em pais de baixa renda na capacidade e motivação na educação dos seus filhos.
O sistema escolar transformador é capaz de reverter processos negativos já vividos pela criança, porém o essencial é que a escola tenha aliados no processo de ensino e transformação, e a família contribui com uma influência muito forte em todos os aspectos das crianças. Ambos, escola e família contribuem com a aprendizagem humana e são capazes tanto de desenvolver como de reprimir.
Portanto, a escola deve inserir a família no desenvolvimento e aprendizagem, pois se a família não é orientada de forma correta no auxílio do aluno, pode afetar o indivíduo e o rendimento escolar. Becher (1984) afirma que os pais envolvidos no ensino escolar do aluno conseguem desenvolver atitudes e pensamentos positivos perante a escola e a si mesmos, conseguindo atuar na comunidade com maior frequência e se tornam mais próximos e melhoram o relacionamento com os seus filhos.
No livro Pedagogia do Oprimido de Paulo Freire, afirma-se que o papel da escola é de conscientizar os alunos e suas famílias das condições na sociedade na qual vivem, para que a libertação e a educação ocorram nesse meio. É necessário a conscientização e envolvimento dos pais e alunos junto com a escola para tomada de decisões. Sendo este o encorajamento para sair do estado de alienação, e preparados para viver e participar na sociedade de forma produtiva.
Este estudo se caracteriza como pesquisa socioantropológica, de abordagem qualitativa. O local da pesquisa foi uma escola partícula confessional do Rio Grande do Sul. A referida escola atende turmas do Pré 1 até o 9° ano do Ensino Fundamental, totalizando 107 alunos. Os anos finais do Ensino Fundamental (6° ao 9° ano) funcionam das 7h40min às 12h, divididos em 4 períodos de 1 hora, já os anos iniciais (1° ao 5° ano) são atendidos no turno da tarde, das 13h30min às 17h30min, divididos em 5 períodos de 45 minutos. Esse mesmo horário de atendimento é para o Pré1 e Pré2, porém não são divididos por períodos. A escola possui uma turma por ano, sendo:
Turma |
Pré 1 |
Pré 2 |
1° |
2 ° |
3 ° |
4 ° |
5 ° |
6 ° |
7 ° |
8 ° |
9 ° |
Alunos |
8 |
8 |
16 |
11 |
8 |
12 |
7 |
14 |
7 |
9 |
7 |
Fazem parte do corpo docente 13 professores e 5 servidores (diretor, vice-diretor, secretária pedagógica, secretário administrativo e servente de limpeza). A escola possui 7 salas de aula, uma biblioteca, duas salas de recursos, campo para atividades físicas, uma sala de recreação para a pré-escola, sala dos professores, direção e secretaria. Possui dois parquinhos, um destinado a pré-escola e um para os demais alunos. A escola possui também uma cozinha para atividades com a nutricionista.
Foram recebidos 10 questionários, dos quais 5 são de alunos que estudam no 1° ano, 1 do 3° ano, 1 do 4° ano e 3 questionários de alunos do 5° ano. A escola possui 107 alunos, porém os alunos observados foram dos anos iniciais do Ensino Fundamental (1° ao 5° ano), 54 alunos. Foi enviada uma solicitação de participação às famílias, logo após enviamos o questionário para as famílias que demonstraram interesse em participar. O instrumento de pesquisa utilizado para coleta de dados foi o questionário com perguntas abertas e fechadas. O projeto de pesquisa utiliza a técnica de análise de conteúdo. Para garantir anonimato e discrição dos participantes, foi enviado a todos uma solicitação de participação, onde as famílias interessadas em participar foram voluntárias para responder o questionário, individualmente, a fim de manter as informações em sigilo tanto na coleta, como na utilização dos resultados.
O primeiro momento do questionário estava relacionado à constituição familiar, que, de acordo com a pesquisa, apontou que todos os alunos moram com suas mães, em 80% os pais são casados, morando também com o pai, 10% tem um padrasto, e 10% mora apenas com a mãe. 60 % dos alunos moram com irmãos também. Acerca da idade dos alunos participantes, 50% dos alunos que participaram da pesquisa tinham 6 anos de idade, 10% tinha 8 anos, 20% tinha 9 anos e 20% também tinha 10 anos. Sobre a idade dos responsáveis do sexo masculino segundo a pesquisa realizada, 50% tinham entre 30 a 40 anos de idade, 30% tinha de 41 a 40 anos, e 20% tinha entre 51 â 60 anos. Já a idade dos responsáveis do sexo feminino seria 70% entre 30 e 40 anos, 30% dos 41 aos 50 anos e 0% dos 51 aos 60 anos.
Acerca da naturalidade, a maioria dos alunos, ou seja 60%, nasceram em Panambi RS, 20% nasceram em Ijuí RS, 10% em Londrina SP e 10% também nascidos em Santa Bárbara do Sul RS. A naturalidade dos responsáveis do sexo masculino, 30% nasceram em Panambi RS, 10% em Santana de Boa Vista RS, 20% em Ajuricaba RS, 20% em Santa Bárbara do Sul. A naturalidade dos responsáveis do sexo feminino é de 30% nascidas em Panambi RS, 10% em São João PR, 10% em Sapucaia RS, 10% em Santa Bárbara do Sul RS, 20% em Ijuí RS, e 10% em Maravilha SC.
O nível de escolaridade dos responsáveis do sexo masculino é de 50% com o ensino superior completo, 30% com ensino médio completo, 10% com o ensino superior incompleto e 10% não informaram o nível de escolaridade. A escolaridade dos responsáveis do sexo feminino segundo a pesquisa é de 60% tendo o ensino superior completo, 20% tendo o ensino médio completo, 10% tendo o ensino superior incompleto e 10% tendo mestrado.
A etnia dos alunos é 100% branca, a etnia dos responsáveis do sexo masculino é de 90% branca e 10% amarelo, já a etnia dos responsáveis do sexo feminino é 100% branca. A origem da renda das famílias é de 60% com vínculo empregatício, e 40% de empreendimento próprio. A renda mensal da família é de 70% superior a 3 salários mínimos, 10% de 2 salários mínimos, 10% de 3 salários mínimos, e 10% não informaram.
O responsável do sexo masculino informou que trabalhou na maior parte da vida 40% no comércio, 40% na indústria, 10% no setor público, e 10% não informou. O responsável do sexo feminino informou que 40% trabalhou na maior parte da vida na Industria, 30% no comércio, 20% no setor público e 10% não informou. O responsável do sexo masculino informou que está trabalhando na sua atividade atual mais de 4 anos com 50% das respostas, 30% menos de 1 ano, entre 2 e 4 anos com 10% e 10% não informou. O responsável do sexo feminino informou que 60% está na atividade atual há mais de 4 anos, e 40% entre 2 e 4 anos.
Segundo a pesquisa, o tipo de residência das famílias é 50% própria, 10% cedida e 40% alugada. A questão de plano de saúde das famílias 40% tem Unimed, 40% não possui, 10% possui Ipê e 10% não informou.
O tema Participação das famílias na comunidade escolar, perguntou se a mesma se fazia presente na escola do aluno, 60% diz que sim, sempre se faz presente, 20% as vezes se faz presente, 10% não, e 10% não respondeu. Sobre a importância da escola para as famílias, 60% acredita que é um ambiente que promove os mais diversos aprendizados, 20% acredita que contribui para a formação plena do indivíduo, 20% acredita ser uma casa para as crianças.
Sobre o motivo das famílias escolherem a referida escola, 70% escolheram-na por oferecer uma educação voltada a princípios bíblicos, sendo confessional, 10% por motivos financeiros, e 2% por oferecer uma educação de maior qualidade.
Sobre a contribuição que a escola oferece aos alunos, 30% diz que proporciona um ambiente de aprendizados e descobertas, guiados por princípios cristãos, 40% o filho se tornou mais responsável e dedicado, 20% proporcionou o aprendizado de uma maneira eficaz e prazerosa para o filho, e 10% diz que o aluno aprende a brincar e ter valores.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa socioantropológica é uma rica experiência que um estudante de licenciatura pode ter, por aprimorar seu conhecimento e o senso crítico, além de ter a oportunidade de contato com a futura pratica docente. A orientação qualificada oferece uma forma possível de aprimorar os meios em uma pesquisa e o desenvolvimento de tal pratica torna-se uma via na construção do conhecimento.
Com as informações adquiridas, é possível ter uma base do contexto socioantropológico das famílias participantes e observar a importância para elas de uma educação com formação cristã, de qualidade, que supre as expectativas e a importância de um ambiente acolhedor, no qual as crianças desenvolvem diversas atividades, responsabilidades e valores.
Os dados adquiridos são ótimas bases para o progresso, tanto da docência, da escola, da família e também dos alunos, por proporcionar a escola o contato mais íntimo, e ter um retorno do que as famílias pensam do ensino, também mostra as famílias o interesse que a escola tem em sua participação, motivando-as a comparecer e ajudar na educação das crianças, com isso, a consequência possível é o crescimento e o desenvolvimento psicopedagógico das crianças.
10 REFERÊNCIAS
ANGELUCCI Carla Biancha, KALMUS Jaqueline, PAPARELLI Renata, PATTO Maria Helena Souza. O estado da arte da pesquisa sobre o fracasso escolar (1991-2002): um estudo introdutório. Disponível em < http://www.scielo.br/pdf/%0D/ep/v30n1/a04v30n1.pdf > Acesso em 1º maio 2018.
CAVALCANTE Roseli Schultz Chiovitti. Colaboração entre pais e escola: educação abrangente. Disponível em < http://www.scielo.br/pdf/pee/v2n2/v2n2a09 > Acesso em 2 maio de 2018.
CAVALLEIRO, Eliane. DO SILENCIO DO LAR, AO SILENCIO ESCOLAR – racismo, preconceito e discriminação na educação infantil. Editora Contexto 2014. Disponível em: < https://play.google.com/books/reader?id=f9VnAwAAQBAJ&printsec=frontcover&output=reader&hl=en>. Acesso em 1º de maio de 2018.
DESSEN Maria Auxiliadora, POLONIA Ana da Costa. A Família e a Escola como contextos de desenvolvimento humano - A escola como contexto de desenvolvimento humano - A escola e sua função social. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/paideia/v17n36/v17n36a03 > Acesso em 2 maio de 2018.
DESSEN Maria Auxiliadora, POLONIA Ana da Costa. A Família e a Escola como contextos de desenvolvimento humano - A escola como contexto de desenvolvimento humano - A Família e a Escola como contextos de desenvolvimento humano - Compreendendo as relações família-escola Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/paideia/v17n36/v17n36a03 > Acesso em 2 maio de 2018.
IMMIG Rosane, SCHULZE Clélia Ma. Nascimento, CAMARGO Brigid Vizeu. Representações sociais de poder. Disponível em < https://periodicos.ufsc.br/index.php/revistacfh/article/view/25859/22641> Acesso em 2 maio 2018.
MAZZOTTI Alda Judith Alves. REPRESENTAÇÕES SOCIAIS: aspectos teóricos e aplicações à Educação. Disponível em < http://emaberto.inep.gov.br/index.php/emaberto/article/download/1944/1913> Acesso em 2 maio de 2018.
MOURA Terciana Vidal. Preconceito, discriminação e a (re) produção das desigualdades raciais e sociais na escola. Disponível em < http://www.histedbr.fe.unicamp.br/acer_histedbr/jornada/jornada10/_files/e1GQSccE.doc> Acesso em 2 maio de 2018.
POLONIA Ana da Costa, DESSEN Maria Auxiliadora. Em busca de uma compreensão das relações entre família e escola. Disponível em < http://www.scielo.br/pdf/pee/v9n2/v9n2a12 > Acesso em 2 maio de 2018.
RANGEL, Irene Conceição Andrade. SILVA, Eduardo Vinícius Mota. NETO, Luiz Sanches. DARIDO, Suraya Cristina. IÓRIO, Laércio Schwantes. MATTHIESEN Sara Quenzer. GALVÃO, Zenaide. RODRIGUES, Luiz Henrique. LORENZETTO, Luiz Alberto. CARREIRO, Eduardo Augusto. VENÂNCIO, Luciana. MONTEIRO, Alessandra Andrea. Educação Física Escolar e multiculturalismo: possibilidades pedagógicas, Disponível em: < https://s3.amazonaws.com/academia.edu.documents/36551947/Educacao_Fisica_Escolar_e_multiculturalismo._possibilidades_pedagogicas.pdf?AWSAccessKeyId=AKIAIWOWYYGZ2Y53UL3A&Expires=1526352712&Signature=22KSfEFfDTmfOu5yBzikhjdcoOE%3D&response-content-disposition=inline%3B%20filename%3DEducacao_Fisica_Escolar_e_multiculturali.pdf> Acesso em 1º maio de 2018.
SALLES, Leila Maria Ferreira. E SILVA, Joyce Mary Adam de Paula. Diferenças, preconceitos e violência no âmbito escolar: algumas reflexões, Cadernos da Educação, UFPel, 2008. Disponível em: < https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/caduc/article/view/1768 > Acesso em 1º maio de 2018.
_________________________________________________________________________________________________
[1] Professor Especialista em Educação Física pela Universidade de Cruz Alta/RS. E-mail: renanbuhring@gmail.com
[2] Acadêmica do Curso de Educação Física - Licenciatura da Universidade de Cruz Alta/RS. E-mail: arheemann@gmail.com