O Esporte de Aventura nas aulas de Educação Física
O esporte de aventura nas aulas de educação física escolar
Juliana Silva Ferreira, Marcio Roberto Pimentel,
O esporte de aventura nas aulas de educação física escola.
FERREIRA, J.S.¹; PIMENTEL, M.R1; ZUNTINI, A.C.S2.
1 Discentes do Curso de Educação Física – UniÍtalo
2 Orientadora, Bacharel em Fisioterapia pelo UniÍtalo, Especialista em Anatomia Macroscópica pelo Centro Universitário São Camilo, Mestranda em Farmacologia e Fisiologia pela UNIFESP, Docente do Curso de Educação Física do UniÍtalo
O ESPORTE DE AVENTURA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
RESUMO
A pesquisa teve como ponto principal o tema Esporte de Aventura na Educação Física Escolar. Foram analisadas atividades como Rapel, Falsa baiana, Escalada e Slackline. O presente artigo teve por objetivo descrever estes esportes e suas possibilidades de inclusão nas aulas de educação física. Em relação à metodologia, foi realizada revisão de literatura, pesquisando-se em livros, artigos e sites específicos como Revista digital da EFdeportes, e bases de dados como Scielo e Google Acadêmico. Compete aos professores de educação física inovar e conduzir novas propostas e possibilidades diferenciadas, sendo possível desenvolver uma aula de educação física abordando o esporte de aventura com destreza, equipamentos adequados e suas adaptações dentro do âmbito escolar.
Palavras-chave: Esporte de aventura, Escolar, Educação Física
ABSTRACT
The research had as its main theme Adventure Sports in School Physical Education. Such as: Rapelling, Mohawk Walk, Climbing and Slackline. This article aimed to describe those sports and their means of acceptance education classes. In relation to the methodology, literature reviewing was carried out, searching in specific books, articles and websites, such as Revista Digital da EF- deportes, and data bases such as Scielo and Google Scholar. It is the responsibility of Physical Education teachers to innovate introduce new proposals and different possibilities, with it being possible to develop a PE class addressing Adventura Sports With skill, adequate equipment and their adaptation within the school environment.
Keywords: Adventure Sports, School, Physical Education
INTRODUÇÃO
Uma vez que o esporte vem se desenvolvendo e transformando nas escolas e no meio social, cresce a busca pela diversificação e também pela necessidade de renovar e recriar conteúdos pedagógicos. Progredindo na formação do aluno, buscam-se novas práticas a serem abordados nas aulas de educação física.
Para se incluir novos conteúdos na escola é preciso superar barreiras e, talvez, a tradição das práticas esportivas seja a mais difícil delas. Mas, há muitas outras, pois não podemos nos esquecer que vivemos num país de terceiro mundo, com grande parte da população passando por carências de diversos tipos (FRANCO, 2008).
A abordagem da prática do esporte de aventura neste contexto, traz maneiras básicas de ser vivenciado nas aulas de educação física escolar
Há muitas razões para incluirmos os esportes de aventura na escola, dentre os quais, alinhar a Educação Física com as propostas de preservação ambiental; expor um conteúdo pouco explorado na escola, mas bem difundido pela mídia e presente na sociedade; tornar as aulas mais interessantes, haja vista a situação atual das aulas de Educação Física na escola; ampliar a possibilidade de trabalho dos cinco eixos pedagógicos preconizados pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação; tratar valores relacionados à Cultura Corporal de Movimento, respeitando às diferenças e limites do outro, cooperação, desenvolvimento de diversas habilidades motoras, superação dos próprios limites (FRANCO, 2010).
Assim, o presente estudo se propôs a discutir a inclusão de esportes de aventura como prática pedagógica nas aulas de Educação Física. Para tanto, realizou-se uma revisão de literatura tendo como base os diferentes relatos científicos sobre o tema. Serviu de suporte, auxiliando no desenvolvimento no conteúdo, as bases do esporte de aventura e suas descrições e possibilidades nas aulas de educação física escolar, com ênfase para as descrições de alguns esportes de aventura abordados, equipamentos para as práticas das atividades e suas habilidades que podem contribuir para o desenvolvimento do aluno.
DESCRIÇÃO DE ALGUNS ESPORTES DE AVENTURA NA ESCOLA
Rapel
Prática esportiva adaptada para decidas verticais, em montanhas e paredões a vãos livres, descida de penhascos preso a uma corda. No caso do ambiente escolar a atividade pode ser realizada na estrutura da quadra poliesportiva, com um muro ou ponto de ancoragem seguro (FRANCO, 2010).
“Rapel” significa “chamar” ou “recuperar”, designando uma técnica de montanhismo, em que se realizam descidas controladas com uma corda e outros equipamentos de segurança. Também utilizado em corridas de aventura, praticado como modalidade nestas competições. O Rapel tem diversas variações de execução, conforme o grau de dificuldade desejada em sua descida, aliada ao tipo de “parede” ou de “não parede” existente na prática da modalidade. O Rapel é um esporte que é encontrado em vários tipos, mas sua abordagem mais eficaz na escola é o Rapel Inclinado e Vertical, que podem ser adaptados para as aulas, sendo realizada em ambiente quadra esportiva ou poliesportiva com muros de seguros. Segundo (FRANCO, 2010).
Falsa Baiana
Trata-se de uma técnica de transposição de cursos d´água, entre copas de árvores ou abismo, onde o praticante se apoia com os pés sobre uma corda bem tracionada, suspenso ao solo e, outra, segurando com as mãos, também suspensa e tracionada, na altura da cabeça.
A Falsa baiana é um esporte que se desloca de um ponto até o outro utilizando duas cordas ou um cabo de aço, trazendo suas maneiras de adaptações dentro do contexto escolar, usando o espaço. livre entre árvores, na quadra, entre dois postes, entre outros, no uso de duas cordas. Amarrando uma das cordas em um poste e/ou árvore em 60 cm do chão, dando-lhe grande tração. Repetindo o processo com a mesma tração na segunda corda, acima da primeira na altura da cabeça onde os alunos possam alcançar as mãos. Segundo, (Lucélia 2010).
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Escalada
A atividade de escalada é instintiva. A criança ao andar já também tenta escalar objetos. A prática e os ensinamentos desse esporte geralmente são perdidos ao longo do tempo, mas a escalada faz parte do desenvolvimento humano, que nasce com habilidades naturais para a modalidade. A prática permite um ganho de força muscular global, e aumento da massa óssea, além do desenvolvimento das habilidades motoras e de coordenação. Este ganho pode evitar fraturas nas crianças, sendo a maioria dos acidentes que ocorre exatamente por falta de força e agilidade (PEREIRA, ARMBRUST, 2010). A inserção deste conteúdo como abordagem pedagógica nas aulas de educação física, coopera em seus benefícios físicos e sociais, podendo trazer aos alunos benefícios com a prática deste esporte.
A proposta de abordagem da escalada nas aulas de Educação Física é citada como eficiência de uma atividade, considerando a inovação neste esporte de aventura tendo por desafios a superação do medo constante, sabendo lidar com sucessos e fracassos, adquirindo a autoconfiança, ampliando suas valências motoras e respeitando a natureza. Segundo, (Le Breton, 2007).
As possibilidades concretas de realização para a aplicabilidade do esporte de escaladas em escolas, explora os termos e conceitos desta prática que pode ser desenvolvida em muros que possuem “agarras”, árvores, brinquedos e parques ou praças que permitam aplicação dessa técnica da escalada. Existem muros de agarras pequenas e agarras grandes, dependendo da faixa etária que se aborda e tipos de pegada de mão. A escalada pode ser feita também em acesso a ginásio e a rochas. Segundo, (BERTUZZI e col., 2005).
Slackline
Muitos conhecem como Corda bamba, mas o Slackline, como é chamado é um esporte de equilíbrio, criado por praticantes de montanhismo. É praticado sob uma fita de nylon, estreita e flexível, suspensa nos dois lados e presa em pilares, árvores do pátio sendo realizado geralmente a uma altura de 25 a 30 centímetros do chão, no ambiente escolar. Apesar de pouco explorado e propagado, o esporte alcança bons resultados, sendo de grande valia nas aulas de educação física. Em sua maneira de adaptação nas aulas, pode ser desenvolvido em curtas distâncias com uma fita entre 5 a 15 metros, em diferentes tensões e folga da corda em seu comprimento. Sua abordagem nas aulas de educação física, com certeza vai ser bem aceita pelos alunos, permitindo a possibilidade da execução. Segundo, (Cardozo e da Costa Neto 2010)
Quadro: Classificação do Esporte de Aventura, dividindo materiais utilizados e suas habilidades abordadas.
Esporte de Aventura |
Materiais Utilizados
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Habilidades Motoras Desenvolvimento Motor e Cognitivo |
Rapel
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Corda Estática - Com no mínimo 8 mm; Bouldrier – Cadeirinha ou Arnês ajustável a perna e cintura; Freio oito ou ATC - causa atrito e controla a velocidade; Mosquetão - Argola de segurança para prender o freio e cadeirinha; Capacete Para proteção da cabeça. Luvas
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Flexionar – Equilibrar- Estender–Girar-Posições Invertidas- Atenção Memorização - Raciocínio Verbalização – Abstração – Resistência - Superação - Espaço temporal – Força - Limitação – Socialização – Resistência
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Falsa baiana
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Bouldrier - Cadeirinha ajustável a perna e cintura; Freio oito; Capacete - Para proteção da cabeça; 2 Cordas de 15 M. ou 60 M; Mosquetão - Argola de segurança para prender o freio e cadeirinha; Anel de fita – Prende a corda no grampo
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Limitação – Equilibrar --Força - Concentração - Autonomia - Superação Flexionar – Socialização - Orientação espacial – Espaço temporal – Verbalização – Estender – Resistência
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Escalada
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Bouldrier - Cadeirinha ajustável a perna e cintura; Capacete - Para proteção da cabeça; Corda dinâmica; Mosquetão - Argola de segurança para prender o freio e a cadeirinha; Anel de fita – Prende a corda no grampo Freio oito; Sapatilha
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Força - Verbalização Concentração – Motivação - Superação – Espaço temporal Flexionar – Equilibrar- Estender – Girar-Posições Invertidas- Atenção Memorização - Abstração- Superação - Espaço temporal –Limitação – Socialização – Resistência
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Slackline
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Fita de 30 ou 50 mm; Catraca – mantém a fita presa e suspensa; Fita 10, 15 ou 30 m.
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Equilíbrio – Superação - Concentração –Espaço temporal - Estender – Girar – Atenção - Socialização –
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ESPORTE DE AVENTURA E SUA FINALIDADE NO ÂMBITO ESCOLAR
Espera-se que o professor possa adaptar o esporte de aventura de acordo com sua realidade, trazendo novas oportunidades a serem discutidas nas aulas de educação física de forma que os alunos possam perceber suas práticas. Tal abordagem, por sua vez, engloba os conteúdos em três dimensões do conhecimento, com conceito, procedimento e atitudes, otimizando o processo de ensino e aprendizagem de cada aluno (DARIDO; RANGEL, 2005).
Franco (2010) afirma que é possível oferecer novas abordagens que agregam um novo conhecimento nas aulas de educação física, onde pode ser oferecido sensações e experimentos que trazem emoções ao aluno, mesmo que a prática desta abordagem de aula venha ser adaptada às estruturas da escola, sendo possível transferir o aprendizado e conhecimento pra cada um.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998) defendem que o ensino fundamental traz uma metodologia no que diz a respeito de jogos alternativos e/ou não convencionais. Assim, o esporte de aventura, proporcionam aos profissionais de educação física promoverem em seus alunos motivações e emoções próprias do esporte de aventura.
Para Pereira e Monteiro (1995), o esporte de aventura é uma somatória com outros esportes dentro da escola, cujo objetivo educacional na prática é favorecer o desenvolvimento humano com processos pedagógicos que englobam competências cognitivas, psicomotoras e sócio-afetivas.
Ao estabelecer práticas específicas do esporte nas aulas de educação física, destacando o lazer em sua vivência, pode criar novos caminhos por gostar, praticar e se sentir bem, e não por um cumprimento só da aula. Conforme, (Moreno e Machado 2006).
ESPORTE DE AVENTURA NA EDUCAÇÃO FÍSICA E SUA EFICÁCIA
Segundo Santos (2006), a escola é um ambiente de aprendizagem onde necessita cada dia renovar e criar conceitos, conduzindo o aluno a ter sua própria percepção. Conhecendo suas finalidades e não apenas praticar. Com isso sendo abordado novas perspectivas em relação ao aluno.
Incentivar a vivência nos esportes de aventura, por serem esportes realizados na natureza, tendo a visão de liberdade, pode ser um atrativo aos olhos dos alunos (POLI, SILVA, PEREIRA, 2012).
Para Marinho (2005) a abordagem do esporte de aventura dentro do âmbito escolar descarta a possibilidade de perigos e riscos em sua prática. Isso não tira a emoção da atividade e suas sensações de prazer em participar. Nesta ideia, o professor poderá trazer uma proposta de usar uma parede de Boulder sendo mais baixa sem oferecer riscos aos alunos, proporcionando a participação de todos.
Freire e Schwartz (2005) supõem que com tais práticas e novos conhecimentos, há possibilidades na formação de cidadãos. Também cabe aos professores de educação física propor novas ideias, colocando em prática suas capacidades para desenvolver aulas mais interessantes e variadas.
Aplicar de forma adequada atividades variadas, com conteúdo e propostas inovadoras pode superar as expectativas de seus alunos. Pois seu conhecimento pode ir além de um desenvolvimento motor e habilidades motoras (GUIMARÃES et al., 2007).
De acordo com Marinho (2004), a junção das aulas de educação física na escola abordando o esporte de aventura, realizado na natureza, tende a desenvolver nos alunos capacidades físicas, habilidades motoras, agregando junto aos objetivos educacionais trabalhando em si o cognitivo, o pessoal, aprimorando sua autoestima e tomadas de decisões.
Com o domínio de habilidades motoras fundamentais, a criança constrói um movimento natural que gradativamente capacita seu desenvolvimento a se aperfeiçoar em suas habilidades básicas como saltar, correr, saltitar, escalar, escorregar, rolar, desviar entre outros. Neste contexto é essencial o estímulo em atividades formando uma sequencia de movimentos, tornando-se habilidades esportivas futuramente (GALLAHUE; OZMUN, 2001).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sabe-se que nos dias atuais existem grandes dificuldades dos professores em abordar novos conteúdos nas aulas de educação física. Nessa perspectiva, os esportes de aventura na educação física escolar trazem uma didática de fácil aprendizado, que cria uma expectativa ao aluno de vivenciar e ter experiências, tanto no meio ambiente, quanto no meio urbano.
Os movimentos realizados por meio da prática dos esportes de aventura contribuem de maneira significativa para a evolução das habilidades e capacidades motoras necessárias ao desenvolvimento motor integral da criança, além de representarem atividades diferentes daquelas do cotidiano, colaborando para aumentar o interesse e a participação dos alunos. Portanto, enquanto prática pedagógica e esportiva, a inserção dos esportes de aventura nas escolas, pode trazer benefícios fundamentais para o enriquecimento da Educação Física Escolar.
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