08/04/2021

Nesta Pandemia, somos pela vida. E você?

 

Nesta pandemia, somos pela vida. E você?

Por esses dias completamos um ano que o Piauí entrou em uma nova rotina nunca dantes pensada: a vida em tempos de pandemia. Com essa nova realidade, os hábitos deveriam ter mudado em todos os âmbitos e as pessoas deveriam ter aderido às mudanças impostas pela nossa atual vida, agora amargamente temperada pelo coronavírus. Infelizmente, isso não tem acontecido a contento.

A pandemia advinda com a Covid-19 fez de cada um de nós uma nova pessoa em nossas realidades. Bem como fez as nossas realidades e tradições mudarem de forma vertiginosa e, muitas vezes ainda, não admitidas por muitos frente à situação brusca e talvez pouco aceita por grande parte dos inconsequentes ou negacionistas, que ainda somam um alto número. O certo é que o mundo, as pessoas e as coisas estão mudando de verdade.

Será que a ficha não caiu ainda para tantos? Disso não podemos ter dúvidas e nem podemos desacreditar. Inclusive é imperioso observar que todos nós devemos ter percebido, senão ainda, já é tempo, que os tempos são outros e demandam novos modos e até mesmo de novas formas de vida.

Partindo disso, temos a certeza que as pessoas enfrentarão um novo mercado de trabalho, um mercado modificado que será redesenhado a cada hora e que acompanhará a tônica e a lógica do novo tempo em que vivemos. Enfrentarão também uma nova forma de professar a fé, de conviver com os seus, de circular pelos espaços sociais, de viajar, de comemorar e/ou, até mesmo, uma nova forma de amar.

Para tanto, precisamos ter a certeza que esse movimento de mutação dos mercados e das formas de agir exige a renovação das pessoas de modo individual e coletivo.

Você já parou para pensar nisso?

Partindo dessa reflexão, ousamos dizer a cada um que o segredo para concluir isso e conviver com esta nova realidade de forma tranquila talvez seja ser ousado. Ousado no sentido pleno e verdadeiro da palavra, não ficando parado, não esperando o bom tempo que não virá e não esperando o retorno do tempo passado, daquilo que já se foi. E de uma coisa temos que ter certeza: não voltará mais.

Não é esperar o tempo passado e tampouco reivindicar e/ou fazer movimentos para avançar com segurança nesse novo normal, é pedir por vacina e fazer acontecer para que o processo de imunização aconteça de forma intensa, segura e responsável. Não é reivindicar pela publicação de decretos e/ou ordenamentos governamentais mais brandos ou mais individualistas, que fecham e abrem os espaços, somente isso, e nada mudam de forma substancial, no tempo pandêmico, em prol de uma melhoria da vida. A ciência é mais que decretos.

A ousadia, nesse sentido, fará com que cada um, de forma determinada e com responsabilidade, seja revestido diariamente com uma força de mudança frente ao novo. Essa ousadia fará com que a vontade de vencer os obstáculos apresentados por cada situação nova na realidade onde se está inserido seja pulsante porque o não ficar parado e cristalizado frente a isso, oportunizará, com certeza, o êxito nesse novo tempo, nesse novo modelo de vida e consequentemente promoverá um êxito saudável e seguro para todos.

Defendemos que a grande sabedoria do momento seja ter paciência e empatia com as situações e com as pessoas. A paciência por todos, frente a essa nova realidade, talvez seja o exercício mais complexo senão o mais difícil para todos nós. E a empatia, também, algo não mais fácil, uma vez que viver a empatia é esquecer de mim mesmo em respeito ao bem-estar do outro. Por isso, sejamos pacientes e desenvolvamos a empatia para com as pessoas com as quais vivemos e/ou convivemos de forma próxima ou não.

Nesse momento, ser respeitoso com todos implica em salvar vidas, inclusive a sua e a dos seus e, por conseguinte, a dos outros, que também merecem viver.

Nesse universo novo de nossas vidas de uma coisa precisamos ter certeza e levar para todos os nossos dias que estão porvir: a vida mudou e mudou de forma drástica, veloz e sem retorno. É imperativo que eu também mude, que eu saia desse modus operandi que não mais serve para esse tempo, que renasce comigo e que se refaz a cada dia, até que surja ou renasça uma nova lógica de vida, de trabalho e de relações pautadas nesse novo normal que surgiu, infelizmente, ao arrepio da nossa vontade.

Nesse sentido, podemos falar com sinceridade sobre os obstáculos de se viver hoje, correspondendo às expectativas de uma geração inspirada por mensagens de esperanças e mudanças e sobre como lidar com os desafios morais de decisões de alto risco. É preciso olhar com lucidez para todas as forças que se opõem dentro e fora de nossas vidas. Precisamos ser francos, consigo mesmos, sobre os impactos das nossas decisões e atitudes no dia a dia. É preciso que sejamos audaciosos ao confessar nossas incertezas e desilusões, mas é preciso termos a certeza que somente assim, nesse incessante e grande experimento, é que o progresso, individual e coletivo, será possível.

A partir dessas verdades e dessas atitudes seremos capazes de demonstrar, em nossas realidades e com convicção, que o êxito e o sucesso são possíveis. Não como uma bênção divina, mas como um bem fundado na paciência, na empatia e no entendimento comum construído em conjunto dia após dia.

Assim, não pensando e não realizando isso, vamos ficar em nossos dias atuais e, quem sabe, por muitos outros dias entoando a sábia música de um dos grandes ícones do Brasil, Cazuza, quando cantava: “Senhoras e senhores/ Trago boas novas/Eu vi a cara da morte/E ela estava viva, viva!!”. Talvez seja melhor ver a cara da morte morta. Que a morte morra e perca força em nosso meio, mas para isso precisamos ser responsáveis e termos empatia, pois só assim vamos conseguir ver a cara da morte morta e não viva, ceifando a vida de milhares e milhares de brasileiros, que já somam uma grande população de restos mortais.

Devemos mudar esse quadro. Isso depende de nós no sentido individual e coletivo. Precisamos ser felizes... E para sermos felizes, precisamos eliminar de nossas vidas duas coisas: o medo de um futuro incerto e a recordação de um passado ruim.

Somos pela ciência, somos pela vacinação de forma rápida e segura, somos pela vida. E você?

 

Marcos Aurélio de Araújo Alves

Pedagogo. MsC. em Ciência da Educação. Reitor UniFacema.

aurelio729@hotmail.com

 

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Autores

  • ALVES, Marcos A. A.

Áreas do conhecimento

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Palavras chave

  • Pandemia. Coronavírus. Vida

Dados da publicação

  • Data: 08/04/2021
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