30/11/2016

Motivação no ensino fundamental II

A motivação nas aulas de Educação Física no Ensino Fundamental II

 

Alexandre da Silva Santos, Carlos Evaristo Gonçalves Junior, Cintia Ferreira de Andrade, Karoliny Gonçalves de Souza, Mayara Gomes Silva, Murilo Gomes Ferreira, Ana Carolina Siqueira Zuntini

 

 

A motivação nas aulas de Educação Física no Ensino Fundamental II

 

 

SANTOS, A.S.1; GONÇALVES, C.E 1; ANDRADE, C.F. 1; SOUZA, K.G. 1; SILVA, M.G. 1; FERREIRA, M.G. 1; ZUNTINI, A.C.S2.

1 Discentes do Curso de Educação Física – UniÍtalo

2 Orientadora, Bacharel em Fisioterapia pelo UniÍtalo, Especialista em Anatomia Macroscópica pelo Centro Universitário São Camilo, Mestranda em Farmacologia e Fisiologia pela UNIFESP, Docente do Curso de Educação Física do UniÍtalo

 

 

RESUMO

A pesquisa buscou identificar sobre a motivação dos professores e alunos, e a desmotivação de ambos em aulas no ensino fundamental II. A realização da pesquisa de campo foi feita em algumas escolas da região Sul de São Paulo, com o objetivo de entender os fatores que motivam e desmotivam o profissional de educação física a dar aula em escolas. O questionamento diante dos alunos tem o objetivo de entender o porquê alguns não querem participar das aulas. Outro motivo que ajudará na composição desse artigo será a oportunidade de mostrar uma solução para o aumento de satisfação dos professores e dos alunos no ambiente escolar, procurando o melhor jeito de motiva-los em seu ambiente.

Palavras-Chave: Motivação na educação física, motivação, ensino fundamental ll, educação física.

 

 

ABSTRACT
 

The research sought to identify the motivation of teachers and students, and the demotivation of both in classes in elementary education 2. The field research was carried out in some schools of the South region of São Paulo, with the objective of understanding the factors that Motivate and discourage physical education professionals from teaching in schools. The questioning of the students is intended to understand why some do not want to attend classes. Another reason that will help in the composition of this article will be the opportunity to show a solution to increase the satisfaction of teachers and students in the school environment, looking for the best way to motivate them in their environment.

Keywords: Motivation in physical education, motivation, elementary education ll, physical education.

        

 

 

 

INTRODUÇÃO

Segundo Maximiano (2000 p.347), a palavra motivação vem de o latim moveres (mover)”. Está diretamente ligada aos nossos desejos, necessidades e vontades. Existem dois pontos básicos de análise da motivação, o impulso e a atração. O impulso significa que a origem é instintiva, criada a partir de algumas necessidades internas que temos (proteção à família, busca por conquistas, segurança, adesão de bens, etc.). A atração admite a razão e a emoção como o início do processo; onde fazemos escolhas que nos atraem em direção a algo prazeroso, ou seja, uma força que nos puxa em determinada direção.

Motivação é entendida dentro do contexto da teoria da autodeterminação, como uma força interior que se modifica a cada momento durante toda a vida, onde direciona e intensifica os objetivos de cada um de nós. Isso acontece para que a pessoa possa se sentir competente e autodeterminada, independente dos fatores externos DECI E RYAN (1985).

Segundo Anton (1989), a motivação é a razão que dirige a conduta, a força e natureza do esforço que impulsiona o adolescente para alcançar seu objetivo. Isso explica os fatores essenciais para o andamento das aulas de Educação Física, pois, se elas são vistas como motivacionais, a tendência de conquistar o aluno que não criará resistência à aprendizagem, será bem maior. Com isso o professor tem o importante papel de interferir nesse processo para que todos os adolescentes participem das aulas de forma dinâmica, motivando-os para a prática da atividade física na escola. O aluno nesse momento procura alcançar seu êxito nas aulas de Educação Física, quando ele realiza a atividade física com o máximo de eficiência e competência. Isso significa que o objetivo principal dele, é mostrar para si mesmo e para seus colegas que é capaz de superar seus limites diante dos problemas diários (Família, amigos, trabalhos etc.); além de elevar seu nível de satisfação de necessidade.

Para Murray (1978) a motivação escolar é dividida e classificada nos seguintes grupos:

1.   Inatos ou primários: constituídos pelas exigências orgânicas e fisiológicas;

2.    Adquiridos ou secundários: formados pelas necessidades sociais de origem externa, como determinados hábitos, por exemplo.

O primeiro grupo pode ser classificado por um aluno que não está bem alimentado, se não dormiu bem e até mesmo se o corpo dele não está acostumado com a atividade proposta pelo professor. Automaticamente, o interesse pela prática da educação física tende a diminuir. Já no segundo grupo, os alunos tendem a apresentar uma desmotivação devido aos problemas familiares e os relacionamentos entre os colegas.

Samulski (2002) explica que a motivação é caracterizada como um processo ativo, intencional e dirigido a uma meta, o qual depende da interação de fatores pessoais (intrínsecos) e ambientais (extrínsecos). Para tanto, pode-se destacar que os fatores intrínsecos são resultantes da própria vontade do indivíduo, empenhado em se sentir competente e autodeterminado. Já os fatores extrínsecos, dependem de fatores externos, comportamentos em que o indivíduo é levado à ação por uma recompensa, prestígio.

MAEHR e BRASKAMP (1986, p.3) Sugerem que “muitas das discussões em termos de motivação resultam das observações na variação em cinco comportamentos padrões chamados de: direção, persistência, motivação continuada, intensidade e performance”. Explicam que a motivação é muito abrangente no sentido de que muitas variáveis tenham a possibilidade de motivar alguém a fazer algo, onde entraria os cinco comportamentos padrões citados acima. Isso significa que cada comportamento tem uma importância na atuação dele, diante dos seus alunos.

Estas cinco áreas definem a motivação como um fenômeno complexo a ser estudado e entendido, já que pode se manifestar de diversas formas. Historicamente, a motivação humana foi vista a partir da perspectiva das “pessoas como máquinas” (Teoria do Impulso - Drive), personalidade (algumas teorias da motivação para a realização) e as teorias da cognição social (teorias da atribuição, self-efficacy e metas de realização). (MAEHR e BRASKAMP 1986).

A pesquisa contemporânea em motivação não está mais baseada nas teorias do impulso ou dos instintos, mas sim muito mais na percepção social e nas perspectivas cognitivas. WEINER (1992, p.159) explica que “a psicologia da motivação mudou da “metáfora da máquina” para a “metáfora do ser humano semelhante a Deus”“. Explica que a metáfora da máquina explica sobre uma motivação que os comportamentos eram involuntários e pré-determinados, de uma formar que eles se tornavam rotineiros. Já a “metáfora do ser humano semelhante a Deus” explica que somos seres humanos completamente informados a respeito das possíveis opções comportamentais e possuímos completo raciocínio.

Segundo Lima (1992, p.150), “a motivação é um processo rico em detalhes...”. Tudo que a envolve tem interferência direto no processo ensino-aprendizagem, uma vez que se refere tanto à motivação dos alunos, quanto à dos professores. São processos que devem ser trabalhados de maneira a suprir as necessidades de ambos.

Segundo Machado (1997 p.173), “a motivação é um estado interior, emocional, capaz de despertar o interesse ou a inclinação de interesse para algo”. Assim, estar motivado pode definir um rumo que a pessoa pode tomar na sua vida profissional ou pessoal, dentro do contexto geral.

Moscovici (1985), explica que processo motivacional é dependente de questões pessoais. Esses fatores são citados como um processo que se faz eficaz devido a fatores intrínsecos e extrínsecos.

Robbins (2005 p.132) explica que “a motivação é um processo responsável pela intensidade, direção e persistência de uma pessoa para atingir uma determinada meta”. No contexto profissional, isso implica três características que acrescentam no desenvolvimento do professor em busca de todos seus objetivos.

França (2012) reafirma a importância sobre a tese dos fatores intrínsecos e extrínsecos, fundamentais para motivar e desmotivar o profissional de educação física no desempenho de sua função. O autor ainda explica baseado na coleta de dados, que existe um percentual de educadores com uma situação motivacional elevada, uma vez que se consegue equilíbrio para administrar todos os aspectos, a ponto de evitar qualquer desconforto profissional ou pessoal. Esses dados são referentes a motivação e desmotivação dos colaboradores de uma empresa de pequeno porte.

Dados relacionado com a remuneração: A remuneração que a empresa oferece. É justa e traz motivação? (SIM: 64% / NÃO: 36%). Dados relacionados com o ambiente físico: O ambiente físico da empresa é adequado à saúde e ao bem-estar? (SIM: 50% / NÃO: 50%). Dados relacionados com programas de recompensar por metas alcançadas: A empresa faz uso de programas de recompensa por metas alcançadas? (SIM: 21% / NÃO: 79%). Dados relacionados com a valorização e reconhecimento: Sente-se valorizado e reconhecido pelos trabalhos desenvolvidos? (SIM: 43% / NÃO: 57)

OBJETIVO

         Investigar os principais fatores de motivação e desmotivação para as aulas de Educação Física, entre alunos e professores do Ensino Fundamental II.

MATERIAL E MÉTODOS

Este estudo constituiu-se de uma pesquisa de campo, desenvolvida por meio de questionário, elaborado pelos pesquisadores, para identificação do que motiva e desmotiva os professores e alunos no ensino fundamental ll, realizada entre agosto e outubro de 2016. A pesquisa foi feita com alunos de escolas da região sul de São Paulo, do ensino fundamental II, com um total de 260 alunos e 23 professores de Educação Física.

O questionário era composto de 4 perguntas para o professor (Anexo 4) e 4 perguntas para o aluno (Anexo 3). O questionário para os alunos teve um padrão de três perguntas fechadas e uma aberta, totalizando quatro perguntas. Ressaltando que a pergunta aberta, deveria ser respondida em apenas uma palavra; citando um esporte. Para os professores, o questionário contou apenas com quatro perguntas fechadas.

Para realização da pesquisa, o corpo diretivo da escola e os participantes receberam uma carta de informação (Anexo 1) e o Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) (Anexo 2).

Após a coleta dos dados, os resultados foram transformados em gráficos e tabelas, de forma a facilitar a apresentação e discussão.

 

RESULTADOS

 

Quando perguntados sobre o que os motiva a fazerem atividades nas aulas de educação física, a prática esportiva (40,77%) foi a principal resposta, seguida por diversão (29,62%), qualidade de vida (28,08%) e formar novas amizades (1,54%), conforme mostra a figura 1.

Figura 1- Motivação do aluno na educação física

 

A figura 2 evidencia que, em relação à desmotivação, uma aula monótona (44,62%) é o que causa maior afastamento das aulas de educação física, seguida pelo bullying (21,15%), preconceito (17,31%) e o uso de aparelhos eletrônicos durante a aula (16,92%).

Figura 2 – Desmotivação do aluno na educação física

 

O gráfico abaixo mostra a opinião dos alunos em relação aos professores. A maioria dos alunos considera que o professor ajuda a sala a praticar o esporte e interagir (53,08%) ou estimula a fazer diversos movimentos (16,92%). Poucos consideram as aulas repetitivas (14,62%). Apenas 15,38% entendem que o professor propõe aulas diversificadas.

Figura 3 – Opinião do aluno sobre seu professor de educação física

 

Quando questionados sobre o que gostariam de acrescentar às aulas, houve uma grande variedade de opiniões. A natação (15,38%) foi a mais escolhida, com futebol (12,69%) e basquetebol (9,23%) na sequência. Importante ressaltar que 11,54% dos alunos não gostariam de acrescentar nada às aulas. O resultado OUTROS se refere aos esportes e atividades que foram menos que 4 vezes escolhidos pelos alunos, sendo eles: esconde-esconde, atividade com corda, competição, taco, ginastica artística, fomula1, tênis de mesa, campeonatos, lacrosse, slackline, futebol americano, pega-pega, tênis de mesa, rouba bandeira, musculação, exercícios relacionados a recuperação (fisioterapia), polícia e ladrão, cobra cega, amarelinha, bambolê, badminton. Assim chegou ao total de 20 escolhas. Interessante mencionar que esportes pouco praticados nas escolas, como o tênis, a esgrima, o skate, as artes marciais e o Rugby, foram bem citados, totalizando, juntos, 20,77%.

Figura 4 – Sugestão dos alunos para as aulas de Educação Física

 

         Para os professores, a figura 5 mostra que a identificação com a profissão (78,26%) foi o maior motivo para a escolha da Educação Física. A inspiração de outro professor (13,04%), o interesse financeiro (4,35%) e a estabilidade no emprego (4,35%) foram pouco escolhidos.

Figura 5 – Motivo do professor pela escolha da área de educação física

 

         Quando questionados a respeito do que os motiva para as aulas, o prazer/realização em ensinar (69,57%) e o incentivo ao bem-estar e à saúde (21,74%) foram os fatores mais escolhidos. O retorno financeiro não foi mencionado por nenhum dos professores participantes, conforme apresenta a figura 6.

Figura 6 - Motivação do professor para ministrar a aula de educação física

 

No que se refere ao que desmotiva os professores, a ausência de recursos (34,78%) foi o fator preponderante, seguido pela indisciplina (26,09%), falta de interesse dos alunos (21,74%) e pelo salário (17,39%)

Figura 7- Desmotivação do professor para ministrar a aula de educação física

 

Quando solicitados a sugerir melhorias para o ensino de Educação Física, os professores citaram o incentivo familiar (52,17%) e melhor preparação (34,78%) como os principais caminhos para o êxito nas aulas.

Figura 8- Sugestão do professor para a melhoria do ensino

 

 

 

DISCUSSÃO

Através da pesquisa, constatamos resultados importantes entre os principais fatores que motivam os alunos a participar das aulas de educação Física, sendo o mais citado, pratica esportiva.

Segundo (MATTOS; NEIRA, 2000) O ensino da Educação Física deve capacitar os alunos a tratar dos conteúdos esportivos nas mais diversas condições, dentro e fora da escola, e para que tenham condições de criar, no presente ou no futuro sozinho ou em conjunto, situações esportivas de modo crítico, determinadas autonomamente ou em conjunto.

No atual momento os alunos são motivados a fazer a aula de educação física pelo fato de praticar algum esporte, obtendo uma socialização com o restante dos alunos, tudo isso contribui com o desenvolvimento desses alunos. Ressaltando que existem muitos outros fatores que levam eles a pratica da educação física.

A pesquisa mostra que a aula monótona lidera a queixa dos alunos por vivenciarem aulas sem grande criatividade. 

Segundo Brasil (1999, p. 68) os conteúdos estão separados em três blocos que são conhecimentos sobre o corpo: Esportes/Jogos lutas e ginásticas/Atividades rítmicas, e podemos ver que na escola tudo isso que pode abrir um leque inimaginável de outros assuntos e conteúdos estão sendo resumidos apenas pelo esporte, e ainda pior por apenas quatro modalidades apenas, sem nem se quer tocar em nenhum dos outros blocos. Sendo esses esportes, Futebol, Handebol, vôlei e basquete.

Segundo Betti (1991), a Educação Física deve ir mais além do simples fazer, ou seja: não basta correr ao redor da quadra, é preciso saber por que se está correndo, como correr, quais os benefícios da corrida, intensidade, frequência. Isso cabe aos professores, explicar e mostrar o quão importante é a prática de esportes na fase em que se encontram. É dever do professor também, serem criativos e ir além da pratica esportiva em si, procurar aplicar novas atividades que motivam tanto o aluno em aprender, como o professor em ensinar.

Os alunos sentem a necessidade de novos conteúdos nas aulas. Os professores não necessariamente devem deixar de trabalhar as quatro modalidades, mas sim ensinarem aos alunos, que é muito importante pensar e aprender a executar cada movimento, de cada uma das modalidades trabalhadas. Por exemplo, no handebol ensinar os passes que existem e como deve ser executado corretamente, ter conhecimento das regras, posicionamentos, entre outros. Cabe ao profissional reconhecer o limite de seus alunos e ser totalmente cuidadoso na separação dos grupos para executar as atividades para que não ocorra exclusão. O professor também não pode apenas esperar pelos materiais que a escola possua. O mesmo precisa estar preparado para fazer adaptações de atividades e para quaisquer outras situações equivalentes.

O professor deve possuir total domínio dos conteúdos de ensino, reconhecer os conceitos trabalhados e assim passar aos alunos o conhecimento necessário. E a partir desse ponto transmitir o que possibilite aos alunos entenderem a sociedade e ter informações das diferentes áreas de conhecimento, com objetivo de avaliar suas próprias necessidades. “É importante que o professor num processo de avaliação contínua consiga expressar com clareza e objetivação as ideias e conceitos relacionados aos conteúdos trabalhados” (CERPM – EF, 2004. p.17).

Não é obrigatório que o professor de educação física seja um atleta em todas as modalidades, mas é de suma importância conhecer a fundo as habilidades motoras de sua pauta de ensino e saber os limites de seus alunos. Ensinar, interagir, ter uma didática correta são aspectos essenciais, pois além da questão física, fatores psicológicos e socioculturais estão inseridos na profissão. “Compete ao professor de Educação Física coordenar, planejar, programar, dinamizar, dirigir, ensinar em todas as suas aulas”. (CONFEF, 2005).

Identificação com a área de atuação sem dúvida é um ponto fundamental para o sucesso de um profissional. Os profissionais desse estudo mostram nitidamente o que motiva/os motivou a ingressar nessa área.  Isso é decorrente a motivação intrínseca de cada um, pois está relacionada aos fatores internos.

Segundo Cruz (1996) as pessoas que são intrinsecamente motivadas para serem competentes e para aprender novas competências, que gostam de competição, ação ou excitação, querem também se divertir e aprender o máximo que forem capazes. Isso mostra bem a tese em que o profissional consiga o prazer de execução de determinadas tarefa, com um positivismo em si mesmo.

A fase extrínseca é um motivo para a escolha em uma área profissional também, mas de uma forma mais superficial.

Massarella e Winterstein (2005), explicam que a motivação extrínseca tende a se deteriorar, uma vez satisfeita a necessidade ou quando o alvo extrínseco é atingido, ao passo que a motivação intrínseca tem a tendência de ser mais constante.  Isso acontece pelo fato de os fatores ambientais (externos) servirem como uma forma de punição, pelo fato do profissional ter que realizar algo mesmo não tendo interesse, ou seja, são induzidos contra sua vontade a realizar alguma tarefa.

Isso explica a importância da identificação para a área de educação física e para as outras áreas. A escolha deve ser pelo prazer de execução e não pelo prazer material.

De acordo com as respostas dos sujeitos analisados, percebemos que essa motivação está ligada a fatores internos, onde se dá pela busca de um êxito no ambiente profissional. O professor se sente totalmente realizado ao ver seu aluno satisfeito em conseguir executar o que lhe foi proposto, como afirma Woolfolk (2000, p. 568), [...] várias explicações podem ser associadas a essas manifestações que direcionam nosso comportamento, tais como: impulsos, necessidades, crenças, valores, medos, objetivos, pressão social, autoconfiança, interesses, curiosidades, incentivos, expectativas e muitos mais, variando de acordo com traços pessoais ou características próprias de cada pessoa.

Segundo Bracht (2003, p.39) "A existência de materiais, equipamentos e instalações adequadas é importante é necessária para as aulas de Educação física. Sua ausência ou insuficiência podem comprometer o alcance do trabalho pedagógico”.

Portanto está mais do que claro que uma boa estrutura e materiais, são extremamente importantes para a realização e desenvolvimento das aulas no ambiente de aprendizagem. Por outro lado, isso não significa que o professor não possa ou não deva aplicar uma aula utilizando outros métodos e recursos oferecidos no momento, por exemplo, corpo e mente.

 Através da criatividade e interesse de todos, pode-se desenvolver jogos, danças e brincadeiras que não necessariamente necessitem de equipamentos para serem realizados, mas sim do que se tem de mais importante em relação a um conjunto de pessoas, ajuda e cooperação. Nessa linha, além de desenvolverem algo diferente, que chame atenção dos alunos, os professores podem melhorar ainda mais a harmonia, convivência e relação social dos alunos entre eles e também em relação aos professores.

 “A família e a escola mudaram muito. Antes, a família era cúmplice da escola. Hoje deposita suas funções e delega suas responsabilidades a ela, porém a crítica. Cada vez mais os alunos vêm para a escola com menos limites trabalhados pela família”. (PIRES, 1999:182).

“Essas relações mostram-se alienadas. O professor espera que a classe faça silêncio para poder dar aula; o aluno quer logo ir embora e receber a nota; a direção não quer problemas e os pais querem que o filho seja aprovado objetivando a ascensão social”. (PIRES, 1999:183).

Nérici (1977), a escola precisa conscientizar as famílias de que sua ausência no acompanhamento escolar dos seus filhos pode significar sérios problemas no futuro.

Na pesquisa constatou-se a falta de incentivo familiar dos alunos parte de uma realidade nada amigável entre escola e família porque os pais ao ser comunicado por bilhetes ou telefonemas pela direção informando que seus filhos estão sendo advertidos, suspensos ou se encontrando de castigo os próprios pais condenam seus filhos batendo ou privando eles de fazerem oque gostão (castigando).

A relação entre escola (professores) e família (pais) na atualidade não está nada amigável. Isso porque os pais ao serem comunicado por bilhetes ou telefonemas da direção, informando que seus filhos estão advertidos, suspensos ou de castigo os pais condenam seus filhos batendo ou colocando eles de castigo.

Além disso, os pais estão passando a responsabilidade de educar seus filhos para a escola. Já a escola vem encontrando dificuldades para lidar com o comportamento dos alunos. Por isso a família e os professores devem estar atentos e trabalhando em conjunto para orientar os alunos através de uma conversa harmoniosa.

Até porque os adolescentes estão em uma fase onde passam por uma série de transformações, tanto físicas como mentais, além de trazerem a cultura de que na aula de educação física é apenas jogar futebol. As famílias estão muito ausentes no ambiente escolar e isso vêm passando para os alunos uma sensação de total liberdade para fazer o que bem entender dentro da escola. Com todos esses fatores, os alunos estão perdendo a noção dos seus limites. Isso por conta da falta de sintonia que há entre os seus pais e a escola os alunos estão perdendo a noção dos seus limites por conta da falta de sintonia que há entre os seus pais e a escola.

A pesquisa feita nas escolas objetivou analisar as categorias que motivam e desmotivam alunos e professores na educação física escolar. A partir dos resultados constatou-se que os fatores externos e internos estão presentes em ambas as partes.

Quanto ao ponto de vista dos alunos, a pratica esportiva e a ajuda do professor são essenciais para se sentirem motivados, entretanto afirmam que aulas monótonas e a ausência de novos esportes no ambiente escolar são a razão para se sentirem desmotivados. As respostas por um lado nos surpreenderam pelo fato dos alunos afirmarem que o professor sempre auxilia e está presente, por outro lado o fato das aulas monótonas serem a justificativa para a desmotivação não nos surpreendeu, pois é muito difícil conseguir entreter adolescentes, mas cabe ao professor conhecer seus alunos e respeitar suas limitações.

No que se refere aos professores identificação com a área, prazer/realização em ensinar são o que os motiva e de acordo com o este estudo essas afirmações são provenientes de fatores internos, algo pessoal de cada indivíduo. Ausência de recursos para realizar as aulas é o que desmotiva os profissionais, porém com base nas afirmações presentes nesta os professores devem estar devidamente preparados e serem peritos no que estão desenvolvendo, buscando alternativas e até adaptando atividades, se necessário. E como melhoria do ensino da Educação física escolar os professores sugerem o incentivo familiar do aluno.

 

 

 

CONCLUSÃO

Este estudo buscou mostrar a importância da motivação, no que se refere a aprender e ensinar. Afirmando ter impulsionado maiores reflexões em uma problemática significativa e presente na Educação Física escolar, que tem muito a melhorar e não é algo que se refere a um motivo isolado e sim um grupo de fatores que devem ser trabalhos pela escola, pelos profissionais, pelos alunos e familiares.

 

 

REFERÊNCIAS

ANTON, J. y Col. Entrenamiento Deportivo en la Edad Escolar. Unisport, Málaga, 1989.

BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: educação física/ Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: A Secretaria, 1997. 114 p.

BETTI, M. Educação Física e Sociedade, São Paulo: Movimento, 1991.

CRUZ, J. Motivação para a prática e competição desportiva. In José F. Cruz (Ed), manual de psicologia do desporto, Braga: Sistemas humanos e organizacionais, Ltda pp.305 -331, 1996.

DECI, E. L. e RYAN, R. M. Intrinsic motivation and self-determination in human behavior. New York: Plenum, 1985.

 

IAIN MAITLAND - COMO MOTIVAR PESSOAS pag. 9,10 e 11

LIMA, L. M. S. Motivação em sala de aula: a mola propulsora da aprendizagem. In: Revista Paulista de Educação Física. São Paulo: Escola de Educação Física/ USP. Vol. 6, n.1, p.148-162, jan/jun.1992

MACHADO, A. A. Psicologia do Esporte. Temas emergentes. Jundiaí, Ápice, 1997.

MAEHR, M. L.; BRASKAMP, L. A. The motivation factor: A theory of personal investment. Lexington, Mass:  Lexington Books, 1986.

MASSARELLA, F. L.; WINTERSTEIN, P. J. Motivação intrínseca e estada de flow no esporte e na atividade física. In: Congresso de Ciência do Desporto, 1. 2005, Campinas, SP, Anais do l Congresso de Ciência do Desporto. Campinas: FEF/ UNICAMP, 2005.

MATTOS, Mauro Gomes de; NEIRA, Marcos Garcia. Educação Física na adolescência: construindo o conhecimento na escola. São Paulo: Phorte Editora, 2000.

 

MAXIMIANO, Antônio César Amaru. Introdução à Administração. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2000.

 

MOSCOVICI, F. Desenvolvimento Interpessoal. 3ª ed. Rio de Janeiro: livros técnicos e científicos 1985.

MURRAY, E. J. Motivação e Emoção. Rio de Janeiro: ZAHAR Editores, 1978.

PIRES, D. B. Disciplina: Construção da disciplina consciente e interativa em sala de aula e na escola. Educação e sociedade, ano XX, n. 66, 1999.

ROBBINS, S. N, Comportamento organizacional. São Paulo: Prentice Hall ABDR, 11. ed., São Paulo 2005.

SAMULSKI, D. M. Psicologia do esporte. 1ª edição brasileira. Barueri: SP. Ed. Manole ltda, 2002.

WEINER, B.  Human motivation:  Metaphors, theories and research.  Newbury Park, Ca.: Sage, 1992.

WOOLFOLK, A. E. Psicologia da Educação. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.

 

 

 

ANEXO 1 – CARTA DE INFORMAÇÃO

 

CENTRO UNIVERSITÁRIO ÍTALO BRASILEIRO

Credenciado Portaria SESU/MEC nº 1697 de 13 de outubro de 2006

Avenida João Dias nº 2046 – Santo Amaro – São Paulo – 04724-003 Fone/Fax: 5645-0099

 

CARTA DE INFORMAÇÃO

I - DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO DA PESQUISA OU RESPONSÁVEL LEGAL

NOME DO PARTICIPANTE_____________________________________________________________

DOCUMENTO DE IDENTIDADE Nº_________________________________________      SEXO:      M ( )   F ( )

DATA NASCIMENTO: _____/_____/_____

ENDEREÇO _________________________________________________________ Nº___ APTO: ____

BAIRRO: __________________________________________________CIDADE: __________________

CEP________________________TELEFONE: DDD (   ) ___________-___________

RESPONSÁVEL LEGAL _______________________________________________________________

NATUREZA (grau de parentesco, tutor, curador etc.) _________________________________________

DOCUMENTO DE IDENTIDADE: _____________________________________  SEXO:  M (  )   F  (  )

DATA NASCIMENTO: ______/______/______

ENDEREÇO: _______________________________________________________________Nº____APTO: ______

BAIRRO: _________________________________________________________CIDADE: ____________________

CEP: __________________________TELEFONE: DDD (    )______________-______________

II - DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA

MOTIVAÇÃO NO ENSINO FUNDAMENTAL II

Nome dos Alunos:

ALEXANDRE DA SILVA SANTOS –                R.A 54083

CARLOS EVARISTO JUNIOR -                        R.A 57163

CINTIA FERREIRA DE ANDRADE –               R.A 55105

KAROLINY GONÇALVES DE SOUZA-            R.A 38533

MAYARA GOMES SILVA –                              R.A 54287

MURILO GOMES FERREIRA –                       R.A 54079

 

Nome do ORIENTADOR: Ana Carolina Siqueira Zuntini

CARGO/FUNÇÂO: Professora

 

1.       AVALIAÇÃO DO RISCO DA PESQUISA:

SEM RISCO                                     RISCO MÍNIMO                                   RISCO MÉDIO        

RISCO BAIXO                                  RISCO MAIOR        

(Probabilidade de que o indivíduo sofra algum dano como consequência imediata ou tardia do estudo)

2.      DURAÇÃO DA PESQUISA: 30 minutos

 

III – REGISTROS DAS EXPLICAÇÕES DO PESQUISADOR AO PACIENTE OU SEU REPRESENTANTE LEGAL SOBRE A PESQUISA CONSIGNANDO:

   

O objetivo desse estudo feito através de uma pesquisa de campo é mostrar o resultado sobre a motivação escolar no ensino fundamental ll, focando na motivação do Professor, motivação do aluno, desmotivação do professor, desmotivação do aluno e a solutiva final.

 

IV - ESCLARECIMENTOS DADOS PELO PESQUISADOR SOBRE GARANTIAS DO SUJEITO DA PESQUISA CONSIGNANDO:

1.       Você terá acesso, a qualquer tempo, às informações sobre procedimentos, riscos e benefícios relacionados à pesquisa, inclusive para tirar eventuais dúvidas.

2.       Você terá liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e de deixar de participar do estudo, sem que isto traga prejuízo à continuidade da assistência.

3.       Você terá salva guarda da confidencialidade, sigilo e privacidade de todas as informações.

4.       Não há riscos de danos a sua saúde durante a realização destes programas.

5.  Se você tiver alguma consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, entre em contato com o Centro de Pesquisas do Centro Universitário Ítalo Brasileiro, localizado na Avenida João Dias, 2046, telefone 5645-0099.

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

 

 

São Paulo, ______ de _____________________________de 2016.

 

 

 

 

 

 

 

 ANEXO 2 – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

CENTRO UNIVERSITÁRIO ÍTALO BRASILEIRO Credenciado Portaria SESu/MEC nº 1697 de 13 de outubro de 2006 Avenida João Dias nº 2046 – Santo Amaro – São Paulo – 04724­003 Fone/Fax:  5645­0099

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

 Acredito ter sido suficientemente informado a respeito das informações que li ou que foram lidas para mim, descrevendo o estudo de MOTIVAÇÃO NO ENSINO FUNDAMENTAL II. Eu discuti com os responsáveis pelo estudo ​sobre a minha decisão em participar nesse estudo. Ficaram claros para mim quais são os propósitos do estudo, os procedimentos a serem realizados, seus desconfortos e riscos, as garantias de confidencialidade e de esclarecimentos permanentes. Ficou claro também que minha participação é isenta de despesas. Concordo voluntariamente em participar deste estudo e poderei retirar o meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidades ou prejuízo ou perda de qualquer benefício que eu possa ter adquirido, ou no meu atendimento neste Serviço.   

 

___________________________________   ​Assinatura do participante/representante legal                                           Data         /       /     

 

 __________________________________ 

Assinatura da testemunha                                                                          Data         /       /

 

(​Somente para o responsável do projeto​) declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e Esclarecido deste praticante ou representante legal para a participação neste estudo.   

 

________________________________ 

 Assinatura do responsável pelo estudo                                                     Data         /       /   

 

 

 

ANEXO 3 – QUESTIONÁRIO ALUNOS

PESQUISA DE CAMPO “TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO –TCC”

ALUNOS DA UNIVERSIDADE ITALO BRASILEIRO (Curso de Educação Física)

TEMA: Motivação escolar na Educação Física

 

NOME: ____________________________________________________N___

IDADE: ______ SERIE_________ESCOLA_____________________________________

 

ASSINALAR APENAS UMA ALTERNATIVA. (CADA QUESTÃO). JUSTIFIQUE SUA RESPOSTA.

1-    O QUE TE MOTIVA A FAZER A ATIVIDADE NA EDUCAÇÃO FISICA?

(  ) SAUDE, (  ) PRATICA ESPORTIVA (futebol, voleibol, basquetebol, handebol, etc..). 

 (  ) DIVERSÃO , (  ) FORMAR NOVAS AMIZADES 

 

2-    O QUE DESMOTIVA VOCE NA AULA DE EDUCAÇÃO FISICA?

(  )REDES SOCIAIS (  )BULLYING (  )PRENCEITO  (  )AULA MONOTONA

 

3-    QUAL SUA OPINIÃO SOBRE O PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FISICA?

(  )AJUDA A SALA A PARTICIPAR E INTERAGIR (  )PROPOE AULAS DIVERSIFICADAS

(  )ESTIMULA FAZER DIVERSOS MOVIMETOS (  )AULAS REPETITIVAS

 

4-    O QUE VOCE ACRESCENTARIA NA SUA AULA DE EDUCAÇÃO FISICA? Escolha apenas uma atividade.

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

 

 

 

ANEXO 4 – QUESTIONÁRIO PROFESSORES

PESQUISA DE CAMPO “TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO –TCC”

ALUNOS DA UNIVERSIDADE ITALO BRASILEIRO (Curso de Educação Física)

TEMA: Motivação escolar na Educação Física

 

NOME: __________________________________________________________

ESCOLA:____________________________________________ IDADE: ______

CREF:_______-___/____

 

ASSINALAR APENAS UMA ALTERNATIVA. (CADA QUESTÃO). JUSTIFIQUE SUA RESPOSTA.

1-    O QUE TE MOTIVOU A ESCOLHER A AREA DA EDUCAÇÃO FISICA?           

(  )ALGUM PROFESSOR             (  )IDENTIFICAÇÃO/AFINIDADE

(  )INTERESSE FINANCEIRO        (  )ESTABILIDADE NO EMPREGO
 

2-    O QUE TE MOTIVA A DAR AULA DE EDUCAÇÃO FISICA?

(  ) RETORNO FINANCEIRO        (  ) PROMOVER SOCIALIZAÇÃO

(  ) PRAZER / REALIZAÇÂO EM ENSINAR (  ) INCENTIVAR BEM ESTAR E SAUDE
 

3-    O QUE TE DESMOTIVA A DAR AULA DE EDUCAÇÃO FISICA?

 (  ) FALTA DE INTERESSE DOS ALUNOS

 (  ) AUSENCIA DE RECURSOS PARA REALIZAR AS AULAS 

 (  ) SALARIO           (  ) INDISCIPLINA

4-    QUAL SERIA A SUA SUGESTÃO PARA A MELHORIA DO ENSINO DA EDUCAÇÃO FISÍCA ESCOLAR?

 

(  ) INCENTIVO FAMILIAR DO ALUNO

(  ) PROJETO PARA INCLUSÃO

(  ) MAIOR PREPARAÇÃO E INTERESSE DOS PROFISSIONAIS DA AREA

(  ) AVALIAÇÔES OS ALUNOS COM QUESTÔES TEÓRICAS

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Volume/Edição

Autores

  • Murilo Gomes Ferreira

Páginas

  • a

Áreas do conhecimento

  • Nenhuma cadastrada

Palavras chave

  • Motivação na educação física, motivação, ensino fundamental ll, educação física.

Dados da publicação

  • Data: 30/11/2016
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