LER IMAGENS CONTAR HISTÓRIAS de Jeremias Brasileiro
Por Antonio Gomes da Costa Neto
Doutor em Ciências Sociais
correio.antonio@gmail.com
RESENHA
BRASILEIRO, Jeremias. Ler Imagens - Contar Histórias: cronovivências de uma cidade em preto e branco. Editora Subsolo: Minas Gerais, Uberlândia, 2019.
A leitura da obra de Jeremias Brasileiro busca dialogar com a belíssima história das congadas de Uberlândia, em que a forma de escrita consegue levar o leitor a compreendê-la, tanto como um rico acervo acadêmico, e da história desses personagens que formaram as cronovivências das oralidades congadeiras.
Esse conceito da obra descreve com paixão os relatos das vivências desses personagens do Congo, Congado e Congadas, ou seja, as revelações de um período de menino, um autodidata e um pesquisador, cuja admiração durante a leitura é que faz o leitor ter vontade de querer mais histórias.
Ler Imagens e Contar Histórias reflete o que a intelectual Vanilda Santos apregoa sobre a reparação histórica das famílias da região, cujo patrimônio oral é revelado nas páginas da obra, especialmente, em personagens como Dona Abadia do Congo Sainha.
A obra preenche um espaço de importância no campo educacional, ou seja, descreve aspectos regionais que somente são lembrados por meio de pesquisas, porém, nessa obra são descritos não apenas como coletas de dados, reconhece o protagonismo dos envolvidos.
Começa o texto com a história com o Capitão Leônidas, personagem lembrado em tempos pretéritos, pela sua sagacidade, oralidade, liderança, e além da sua cronovivência entre os congadeiros.
Resenhar a obra seria quase que buscar ofuscar o seu conteúdo, pois a leitura tem uma dinâmica própria em cada capítulo, eis que está recheado de informações e detalhes, com discussões teóricas que vai desde memória, identidade e aos momentos familiares das congadas.
Vejamos a língua do congo, língua pouco lembrada da sua existência, porém, influencia nosso português, nossa oralidade, e constitui um mecanismo da defesa do patrimônio cultural e imaterial.
Como pesquisador podemos fazer sua leitura como completa em termos de reconhecimento da população negra, valendo-se dela como proposta educacional, poucas têm um vasto campo de informações e conexões, cujo aspecto geracional é patente no texto.
Trata-se de uma leitura para todos que queiram conhecer a história da congada, preparar estudos educacionais, para o empoderamento dos congadeiros, subsidiar os pressupostos do direito a reparação histórica. Logo, a obra nos faz pensar pela admiração do escritor, cujo brilho da escrita reflete quando se Ler as Imagens é Contar as Histórias.
Bibliografia:
SANTOS, Vanilda Honório. Apresentação. In.: BRASILEIRO, Jeremias. Ler Imagens – Contar Histórias: cronovivências de uma cidade em preto e branco. Editora Subsolo: Minas Gerais, Uberlândia, 2019.