06/04/2016

GESTÃO DE PESSOAS: os benefícios do treinamento e desenvolvimento

Louise de Quadros da Silva[1]

Ana Cláudia Braun[2]

Paulo Fossatti[3]

 

[1] Graduada em Gestão de Recursos Humanos pelo Centro Universitário La Salle – Canoas. E-mail: louisedasilva@hotmail.com

[2] Doutoranda em Psicologia Social pela PUCRS. Professsora do Centro Universitário La Salle - Canoas.

[3] Doutor em Educação pela PUCRS. Professor e Pesquisador do PPG Educação do Unilasalle - Canoas, RS. E-mail: paulo.fossatti@unilasalle.edu.br

 

 

RESUMO

Atualmente as empresas têm percebido os benefícios do Treinamento e Desenvolvimento (T&D) e desta forma sua usabilidade tem aumentado muito nos últimos anos, deixando de ser visto apenas como ensino técnico, ampliando-se para questões motivacionais e comportamentais. Este artigo tem como objetivo analisar os benefícios do T&D, nas empresas, no sentido motivacional, técnico e comportamental. Utilizou-se a  metodologia qualitativa  com a coleta de dados  através de entrevista elaborada especificamente para a pesquisa com base no referencial teórico sobre a temática. Os sujeitos de pesquisa foram cinco colaboradores do setor de Departamento Pessoal e Recursos Humanos de uma assessoria contábil. Após a categorização das falas, apresentaram-se resultados comprobatórios a esta pesquisa, sendo que a maioria dos entrevistados percebe a evolução técnica e comportamental a partir de T&D, e todos afirmaram sentir-se motivados pelo interesse da empresa em desenvolvê-los e valoriza-los,. Concluímos que o T&D é importante para o desenvolvimento dos colaboradores e da empresa em geral, pois através dele a empresa pode sanar necessidades de seus funcionários, refletindo diretamente nos resultados da empresa, a qual já busca meios de documentar suas evoluções. A investigação sugere a possibilidade de aplicar estudo similar a outras empresas, a exemplo de entidades educacionais.

 

Palavras-chave: Gestão de Pessoas; Treinamento e Desenvolvimento; Avaliação de benefícios.

 

1                     INTRODUÇÃO

 

   Cada vez mais são notáveis as novas formas de administrar o trabalho; há novos equipamentos, novos métodos e produtos. Estas novas formas de realizar as atividades laborais refletem diretamente no trabalhador, ao qual são exigidos novos conhecimentos, novas competências e uma nova postura (SANTOS 2010). Estas mudanças, atreladas à necessidade de competitividade organizacional, agilidade humana, comprometimento e constante produtividade faz com que as organizações enxerguem seus colaboradores como um importante ativo produtor (MARCHI, 2006). Hoje, a demanda de mercado exige pessoas com capacidade de aprendizagem de novas circunstancias (ARAUJO; GARCIA, 2009). Assim, pode-se perceber que o capital humano, atualmente, é reconhecido como um fator fundamental para o sucesso e competitividade nas empresas (ANTUNES e CUNHA, 2014).

   Com isto, sabe-se que nenhuma organização consegue manter o bom nível de produtividade sem uma equipe de profissionais bem preparados. O fator humano influi de maneira decisiva no nível de desenvolvimento ou deterioração organizacional (TACHIZAWA, FERREIRA e FORTUNA, 2008). Robbins (2010) preconiza que os colaboradores competentes não permanecem competentes para sempre. Neste contexto, o autor afirma que novas habilidades necessitam ser aprendidas. Por este motivo, Mourão e Martins (2010) enfatizam que as organizações estão criando o seu diferencial competitivo através de seus talentos internos e investindo nestes por meio de capacitações.  Seguindo a filosofia de administrar com pessoas, vale refletir como os processos de T&D estão inseridos nesses tempos de competição diária para o melhor posicionamento possível no mercado (ARAÚJO ; GARCIA, 2009).  É sabido que, caso os colaboradores não estiverem qualificados, haverá reflexos na qualificação dos serviços oferecidos pela empresa.  Boog e Boog (2006)  ratificam esta informação ao elucidarem que investimentos em treinamento e formação são prioritários se a empresa quiser fortalecer seus diferencias competitivos e alcançar resultados sustentáveis.

   Robbins (2002) afirma que é preciso que qualquer empresa, de pequeno a grande porte, realize treinamentos devido à busca de qualificação de pessoas, elevação da eficácia em suas posições ocupadas e inovações constantes de mercado. Spector (2012) refere que esta é uma das atividades principais dentro do sistema de Recursos Humanos (RH) de uma empresa, seja ela de pequeno ou grande porte, pública ou privada. Sendo assim, Marras (2009) afirma que o subsistema de T&D é um dos mais importantes para a organização. O mesmo autor relata que o processo de T&D caracteriza-se por ter como foco principal melhorar o desenvolvimento profissional em seu ambiente de trabalho e em suas funções. O mesmo autor afirma que este é um processo de assimilação que possibilita, em um espaço de tempo curto, repassar ou reciclar conhecimentos, habilidades ou atitudes relacionadas diretamente à tarefa e otimização no trabalho. Araújo e Garcia (2009) afirmam que, através de T&D as empresas estão preparando seus colaboradores a estarem aptos aos eventos reais de mercado a médio e longo prazo.

   Krumm (2005) relata que o treinamento pode ser utilizado para diversos propósitos organizacionais e individuais. O mesmo autor refere que o propósito básico de um treinamento consiste no aumento dos níveis de habilidades básicas de nível institucional do colaborador, fornecimento de orientação contínua e de carreira. Milioni  (2006) elucida que o processo de T&D vem, como a maioria de estratégias e práticas do século  XXI, passando por inúmeras transformações. Ilustra o mesmo autor que estas mudanças são balizadas pela efervescência cultural e econômica das organizações e os setores organizacionais que possuem em seu escopo o ser humano como diferencial, tal como a competitividade e excelência de processos, serviços e visão estratégica.

   Por este motivo e, trazendo na pauta de investigações a importância do T&D, este artigo objetiva investigar a percepção dos benefícios obtidos através do processo de T&D em uma empresa de pequeno porte do ramo de assessoria contábil.

   Com o intuito de atingir o objetivo proposto, discorreremos sobre os conceitos teóricos principais da temática, contextualizaremos a empresa e o método de estudo utilizado. Após, discutiremos de forma crítica os resultados emergentes e finalizaremos contemplando as idéias suscitadas através da investigação dos autores. Durante a apresentação destes itens acreditamos atingir de forma plena o objetivo deste artigo e suscitar durante indagações que podem ser levadas à pratica, independente da organização em que atuamos.

 

 

 

 

 


[1] Graduada em Gestão de Recursos Humanos pelo Centro Universitário La Salle – Canoas. E-mail: louisedasilva@hotmail.com

[2] Doutoranda em Psicologia Social pela PUCRS. Professsora do Centro Universitário La Salle - Canoas.

[3] Doutor em Educação pela PUCRS. Professor e Pesquisador do PPG Educação do Unilasalle - Canoas, RS. E-mail: paulo.fossatti@unilasalle.edu.br

 

 

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, L.C.G., GARCIA, A.A. Gestão de Pessoas: Estratégia e Integração Organizacional. São Paulo: Atlas, 2009.

BOMFIN, David. Pedagogia no treinamento: correntes pedagógicas no ambiente de aprendizagem nas organizações. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004.

BOOG, Gustavo; BOOG, Magdalena. Manual de Treinamento e Desenvolvimento gestão e estratégias. Barueri, SP: Pearson Prentice Hall, 2006.

CHIAVETO, Idalberto. Treinamento e Desenvolvimento de Recursos Humanos. Barueri, SP: Manole, 2009.

CRESWELL, John W. Projeto de pesquisa: métodos qualitativos, quantitativos e misto. Porto Alegre: Artmed, 2010.

DIAS, Grazielle Matias. T&D - Treinamento e Desenvolvimento na educação profissional. 2004. Disponível em: <www.ipog.edu.br>. Acesso em 04 de Março de 2015.

FERREIRA, Gonzaga. Redação científica: como entender e escrever com facilidade. São Paulo: Atlas, 2011.

GALVÃO, Andressa Dias Evangelista; SILVA, Vivian Freitas Wilson; DALFIOR, Simoni Da Rosa. Treinamento e Desenvolvimento como ferramenta de gestão: O impacto nos resultados do setor em que é aplicado. Destarte, v. 3, n. 1, 2013. Disponível em: < http://revistas.es.estacio.br/index.php/destarte/article/view/142>. Acesso em 03 de Março de 2015.

LACERDA, Érika Rodrigues Magalhães; ABBAD, Gardênia. Impacto do treinamento no trabalho: investigando variáveis motivacionais e organizacionais como suas preditoras.  Revista de Administração Contemporânea, 2003.

MARRAS, Jean Pierre. Administração de Recursos Humanos: do operacional ao estratégico. São Paulo, SP: Saraiva, 2010.

PACHECO, Luzia; CHERUBINA, Scofano; BECKERT, Mara; e SOUZA, Valéria. Capacitação e desenvolvimento de pessoas. Rio de Janeiro: FGV, 2009.

SPECTOR, P.E. Psicologia nas organizações. São Paulo: Saraiva, 2012.

ROBBINS, S. Comportamento Organizacional. São Paulo: Prentoce Hall, 2010. 

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Volume/Edição

Autores

  • SILVA, Louise de Quadros da; BRAUN, Ana Cláudia; FOSSATTI, Paulo

Páginas

  • 1 a 12

Áreas do conhecimento

  • Nenhuma cadastrada

Palavras chave

Dados da publicação

  • Data: 06/04/2016
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