GESTÃO DE PESSOAS: os benefícios do treinamento e desenvolvimento
Louise de Quadros da Silva[1]
Ana Cláudia Braun[2]
Paulo Fossatti[3]
[1] Graduada em Gestão de Recursos Humanos pelo Centro Universitário La Salle – Canoas. E-mail: louisedasilva@hotmail.com
[2] Doutoranda em Psicologia Social pela PUCRS. Professsora do Centro Universitário La Salle - Canoas.
[3] Doutor em Educação pela PUCRS. Professor e Pesquisador do PPG Educação do Unilasalle - Canoas, RS. E-mail: paulo.fossatti@unilasalle.edu.br
RESUMO
Atualmente as empresas têm percebido os benefícios do Treinamento e Desenvolvimento (T&D) e desta forma sua usabilidade tem aumentado muito nos últimos anos, deixando de ser visto apenas como ensino técnico, ampliando-se para questões motivacionais e comportamentais. Este artigo tem como objetivo analisar os benefícios do T&D, nas empresas, no sentido motivacional, técnico e comportamental. Utilizou-se a metodologia qualitativa com a coleta de dados através de entrevista elaborada especificamente para a pesquisa com base no referencial teórico sobre a temática. Os sujeitos de pesquisa foram cinco colaboradores do setor de Departamento Pessoal e Recursos Humanos de uma assessoria contábil. Após a categorização das falas, apresentaram-se resultados comprobatórios a esta pesquisa, sendo que a maioria dos entrevistados percebe a evolução técnica e comportamental a partir de T&D, e todos afirmaram sentir-se motivados pelo interesse da empresa em desenvolvê-los e valoriza-los,. Concluímos que o T&D é importante para o desenvolvimento dos colaboradores e da empresa em geral, pois através dele a empresa pode sanar necessidades de seus funcionários, refletindo diretamente nos resultados da empresa, a qual já busca meios de documentar suas evoluções. A investigação sugere a possibilidade de aplicar estudo similar a outras empresas, a exemplo de entidades educacionais.
Palavras-chave: Gestão de Pessoas; Treinamento e Desenvolvimento; Avaliação de benefícios.
1 INTRODUÇÃO
Cada vez mais são notáveis as novas formas de administrar o trabalho; há novos equipamentos, novos métodos e produtos. Estas novas formas de realizar as atividades laborais refletem diretamente no trabalhador, ao qual são exigidos novos conhecimentos, novas competências e uma nova postura (SANTOS 2010). Estas mudanças, atreladas à necessidade de competitividade organizacional, agilidade humana, comprometimento e constante produtividade faz com que as organizações enxerguem seus colaboradores como um importante ativo produtor (MARCHI, 2006). Hoje, a demanda de mercado exige pessoas com capacidade de aprendizagem de novas circunstancias (ARAUJO; GARCIA, 2009). Assim, pode-se perceber que o capital humano, atualmente, é reconhecido como um fator fundamental para o sucesso e competitividade nas empresas (ANTUNES e CUNHA, 2014).
Com isto, sabe-se que nenhuma organização consegue manter o bom nível de produtividade sem uma equipe de profissionais bem preparados. O fator humano influi de maneira decisiva no nível de desenvolvimento ou deterioração organizacional (TACHIZAWA, FERREIRA e FORTUNA, 2008). Robbins (2010) preconiza que os colaboradores competentes não permanecem competentes para sempre. Neste contexto, o autor afirma que novas habilidades necessitam ser aprendidas. Por este motivo, Mourão e Martins (2010) enfatizam que as organizações estão criando o seu diferencial competitivo através de seus talentos internos e investindo nestes por meio de capacitações. Seguindo a filosofia de administrar com pessoas, vale refletir como os processos de T&D estão inseridos nesses tempos de competição diária para o melhor posicionamento possível no mercado (ARAÚJO ; GARCIA, 2009). É sabido que, caso os colaboradores não estiverem qualificados, haverá reflexos na qualificação dos serviços oferecidos pela empresa. Boog e Boog (2006) ratificam esta informação ao elucidarem que investimentos em treinamento e formação são prioritários se a empresa quiser fortalecer seus diferencias competitivos e alcançar resultados sustentáveis.
Robbins (2002) afirma que é preciso que qualquer empresa, de pequeno a grande porte, realize treinamentos devido à busca de qualificação de pessoas, elevação da eficácia em suas posições ocupadas e inovações constantes de mercado. Spector (2012) refere que esta é uma das atividades principais dentro do sistema de Recursos Humanos (RH) de uma empresa, seja ela de pequeno ou grande porte, pública ou privada. Sendo assim, Marras (2009) afirma que o subsistema de T&D é um dos mais importantes para a organização. O mesmo autor relata que o processo de T&D caracteriza-se por ter como foco principal melhorar o desenvolvimento profissional em seu ambiente de trabalho e em suas funções. O mesmo autor afirma que este é um processo de assimilação que possibilita, em um espaço de tempo curto, repassar ou reciclar conhecimentos, habilidades ou atitudes relacionadas diretamente à tarefa e otimização no trabalho. Araújo e Garcia (2009) afirmam que, através de T&D as empresas estão preparando seus colaboradores a estarem aptos aos eventos reais de mercado a médio e longo prazo.
Krumm (2005) relata que o treinamento pode ser utilizado para diversos propósitos organizacionais e individuais. O mesmo autor refere que o propósito básico de um treinamento consiste no aumento dos níveis de habilidades básicas de nível institucional do colaborador, fornecimento de orientação contínua e de carreira. Milioni (2006) elucida que o processo de T&D vem, como a maioria de estratégias e práticas do século XXI, passando por inúmeras transformações. Ilustra o mesmo autor que estas mudanças são balizadas pela efervescência cultural e econômica das organizações e os setores organizacionais que possuem em seu escopo o ser humano como diferencial, tal como a competitividade e excelência de processos, serviços e visão estratégica.
Por este motivo e, trazendo na pauta de investigações a importância do T&D, este artigo objetiva investigar a percepção dos benefícios obtidos através do processo de T&D em uma empresa de pequeno porte do ramo de assessoria contábil.
Com o intuito de atingir o objetivo proposto, discorreremos sobre os conceitos teóricos principais da temática, contextualizaremos a empresa e o método de estudo utilizado. Após, discutiremos de forma crítica os resultados emergentes e finalizaremos contemplando as idéias suscitadas através da investigação dos autores. Durante a apresentação destes itens acreditamos atingir de forma plena o objetivo deste artigo e suscitar durante indagações que podem ser levadas à pratica, independente da organização em que atuamos.
[1] Graduada em Gestão de Recursos Humanos pelo Centro Universitário La Salle – Canoas. E-mail: louisedasilva@hotmail.com
[2] Doutoranda em Psicologia Social pela PUCRS. Professsora do Centro Universitário La Salle - Canoas.
[3] Doutor em Educação pela PUCRS. Professor e Pesquisador do PPG Educação do Unilasalle - Canoas, RS. E-mail: paulo.fossatti@unilasalle.edu.br
REFERÊNCIAS
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