01/12/2016

Educação. Educação Física. Ensino Médio. Estudantes.

A EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO MÉDIO: CONCEITOS E PERSPECTIVAS

 

PHYSICAL EDUCATION IN SECONDARY EDUCATION: CONCEPTIS AND PROSPECTS

 

Edivani Matias dos SantosII; Ednaldo Souza BarbosaIII; Elayne Ferreira MarinhoIV; Lucas dos Santos AraújoV; Thais de Oliveira CostaVI.

I Centro Universitário Ítalo Brasileiro – São Paulo.

II Bacharelado em Educação Física, licenciatura em Educação Física.                                                                     

 

 

RESUMO

Este artigo visa ilustrar a importância da disciplina Educação Física no contexto do Ensino Médio. Apontando o que indica a legislação educacional sobre a matéria, o histórico sobre a Educação Física e sua necessidade perante o enriquecimento curricular e social dos estudantes. Vale salientar também as produções literárias que possam subsidiar a visão que se tem sobre a Educação Física escolar como um todo.

Unitermos: Educação. Educação Física. Ensino Médio. Estudantes.

 

ABSTRACT

This article aims to illustrate the importance of Physical Education in the context of high school. Pointing indicating the educational legislation on the subject, the history of physical education and its necessity to the curriculum and social enrichment of students. It also noted the literary productions that can support the vision we have of the Physical Education as a whole.

Uniterms: Education.  PE. High School. Students.

 

 

 

Introdução

            A Educação é um processo que atua na formação do homem, que está presente em todas as sociedades humanas e é inerente ao homem como ser social e histórico. Sua existência está fundamentada na necessidade de formar as gerações mais novas, transmitindo seus conhecimentos, valores e crenças dando-lhes possibilidades para novas realizações. O próprio conceito de Educação está sujeito a um evoluir histórico, conforme o modo de existir e de pensar das diferentes épocas (GONÇALVES, 1997).

            A Educação brasileira encontra-se neste processo de evolução, de transformação, no sentido de rever qual é o seu papel e que rumos deve seguir frente a esta sociedade globalizada e em constantes mudanças.

            Com a nova LDB, que regulamenta a Educação Brasileira, a Educação Física, como parte integrante desta educação, também está passando por um processo de repensar qual o seu papel dentro da Escola, frente às mudanças que esta Lei trouxe para ela.

            O que se pretende com este artigo, é fazer uma leitura sobre a Educação Física do Ensino Médio, analisando o que diz a Lei sobre este componente curricular. Como os legisladores e os profissionais da Educação Física vem esta disciplina dentro da instituição Escola. E também as colaborações que esta disciplina pode vir a ter para os adolescentes.

            A Educação Física também deve ser vista como uma fonte de conhecimento necessário para a construção de um novo cidadão, mais completo e consciente de seu papel na sociedade a qual pertence.

            A justificativa dessa pesquisa está intrinsicamente apontada para analisar a disciplina de Educação Física no Ensino Médio a partir de sua extrema importância assim como qualquer outra matéria da grade curricular.

 

A educação física do ensino médio: histórico

            A Educação Física como integrante da escolarização básica, na qual o Ensino Médio encontra-se inserido, aparece contemplada na atual estrutura curricular da Educação brasileira, na área de Linguagens e Códigos e suas Tecnologias.

            A Educação Física, e em especial a do Ensino Médio, é um componente que em grande parte das vezes é desconsiderado, chegando até por vezes a ser excluído dos projetos políticos pedagógicos de algumas escolas. Afirma Santin (1987, p.46) que:

 

A Educação Física nem sempre foi considerada de capital importância, nem mesmo por alguns de seus profissionais, porque não é posta como uma real educação humana, mas apenas como suporte para atividades esportivas, acabou sendo uma disciplina dispensável.

 

Segundo Gonçalves (1997, p.135):

 

Ao longo da história, a Educação Física como instituição, do mesmo modo que a Educação, representou diferente papeis, adquiriu diferentes significados, conforme o momento histórico, e tem sido utilizado, muitas vezes, como instrumento do poder, para veiculação de ideologias dominantes e preservação do status quo.

 

Assim sendo, a Educação Física foi implantada no currículo em 1882 com o parecer de Rui Barbosa e, nas décadas finais do século XIX e começo do século XX, este componente curricular esteve em grande influência militar. Seu ensino, por sua vez, baseava-se nas relações em que o professor assumia o papel de instrutor e o aluno de recruta.

Simultaneamente à influência militar, a influência médica deixou suas marcas através dos princípios higienistas e eugenistas da Educação Física. Os hábitos saudáveis, higiênicos e a perspectiva de aprimorar cada vez mais a raça humana estavam em voga. Esses ideais foram norteadores de todo o pensamento da época, principalmente na década de 30, resultando numa forte concepção da Educação Física como perspectiva biológica, onde o aspecto físico reinava. A Educação Física tinha como objetivo, formar o indivíduo “perfeito”, o homem forte e saudável.

Com estes ideais o caráter médico, gradativamente, vai se infiltrando nas aulas de Educação Física e passa a sobrepor o pedagógico, assumindo assim esta disciplina um papel que não era o seu, e afastando-se, portanto de sua verdadeira função enquanto componente curricular.

Após o período das Grandes Guerras, começa a aparecer uma nova concepção, a qual ficou conhecida de “desmilitarização” da Educação Física começando então a emergir o pensamento desportivo.

Dentro desta nova perspectiva, as personagens da escola incorporaram outros papeis. O professor assumia o papel de treinador, enquanto o aluno correspondia o de atleta. Este período pode ser reconhecido como período de grandes características exclusivas no campo escolar, pois os jovens que não fossem “talentos ou prodígios esportivos” eram desconsiderados.

O esporte passou a ocupar cada vez mais espaço nas aulas de Educação Física, enaltecendo as marcas de rendimentos, os recorde, a competitividade, o desempenho e os índices físicos. Embora, em todos esses momentos houvesse um caráter tecnicista, o auge dessa influência foi mais forte nos anos 70, onde se estreitam os vínculos entre esporte e nacionalismo.

A partir dos anos 80 a Educação Física entrou num processo de crise de identidade. Muitos profissionais começaram a trabalhar de forma espontânea, onde os conteúdos, objetivos, critérios de avaliação, entre outros, ficaram indefinidos, levando a educação física a uma falta de identidade, sem que os princípios básicos do ensino fossem esclarecidos.

Assim sendo, a Educação Física escolar que temos hoje no Ensino Médio, é o resultado das várias influências recebidas na sua trajetória enquanto componente curricular. Afirma Gonçalves (1997, p.135):

 

[...] na sociedade brasileira, por exemplo, a Educação Física escolar assumiu funções com tendências militaristas, higienistas, de biologização e de psicopedagozização, tendências ligadas a momentos históricos e que, ainda hoje permeiam sua prática.

 

Segundo Mattos & Neira (2000, p.25):

 

[...] para inserir a Educação Física dentro do currículo escolar e coloca-la no mesmo grau de importância das outras áreas conhecimento é através da fundamentação teórica, da vinculação das aulas com os objetivos do trabalho, da não improvisação e, principalmente, da elaboração de um plano que atenda às necessidades, interesses e motivação dos alunos.

           

Legislação

            O Brasil teve, durante seu desenvolvimento, três Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). A primeira, em 1961, a LDB de 1971, que reformulava a primeira, e a atual LDB, promulgada em 1996.

            Com a reforma educacional, ocorrida em 1971, ocorreram mudanças em relação ao papel da Educação Física, que se tornou obrigatória em todos os níveis e ramos de escolarização, sendo que a participação só seria facultativa ao aluno caso o mesmo estudasse em período noturno e trabalhasse mais de 6 horas diárias; tivesse mais de 30 anos de idade; estivesse prestando Serviço Militar; ou se estivesse fisicamente incapacitado (CASTELLANI FILHO, 1998).

            A partir da promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/96), a Educação Física passou a ser um componente curricular como qualquer outro, trazendo consigo uma série de mudanças, relacionadas à estrutura didática e autonomia dada às escolas e sistemas de ensino, e ainda o enfoque dado à formação do cidadão.

            Com relação ao Ensino Médio, a maior contribuição da atual LDB foi a de conferir ao Ensino Médio a identidade de Educação Básica, explicitando que o mesmo é a sua “etapa final” (BRASIL, 1999).

            De acordo com os PCNs, o Ensino Médio enquanto etapa de uma educação de caráter geral deve estar afinada com a construção de competências que situem o educando “como sujeito produtor de conhecimento e participante do mundo do trabalho” (BRASIL, 1999, p.22).

            Com relação à Educação Física no Ensino Médio, os PCNs, indicam algumas propostas para o seu desenvolvimento orientando, de maneira objetiva, os profissionais da disciplina para que possam trabalhar de forma lúdica e educativa, permitindo que o aluno aprenda diferentes conteúdos, tornando-se um cidadão capaz de resolver diferentes situações da vida cotidiana.

            O PCN (BRASIL, 1999, p. 156) descreve:

 

A Educação Física precisa buscar sua identidade como área de estudo fundamental para a compreensão e entendimento do ser humano, enquanto produtor de cultura.

 

            O PCN também afirma:

 

Uma Educação Física atenta aos problemas do presente não poderá deixar de eleger, como uma das suas orientações centrais, a da educação para a saúde. Se pretende prestar serviços à educação social dos alunos e contribuir para uma vida produtiva, criativa e bem sucedida, a Educação Física encontra, na orientação pela educação da saúde, um meio de concretização das suas pretensões. (BRASIL, 1999, p.156).

 

            De acordo com a LDB, o esporte, de preferência não formal, de cunho educativo, deve também encontrar-se presente na escola. O que significa que os momentos dessa prática devem atender a todos os alunos, respeitando suas diferenças e estimulando-os ao maior conhecimento de si e de suas potencialidades.

            Como ressalta o PCN:

 

Os movimentos do corpo “certos” ou “errados” são determinados socialmente, indicando o comportamento adequado. O estabelecimento de padrões culturais de movimento acontece como se fosse um fenômeno natural. O jeito de andar, a postura corporal, a maneira de gesticular, o olhar, o ouvir, enfim, a conduta motora aparece como ação puramente biológica. A apreensão de determinado fenômeno depende dos instrumentos sígnicos de que se dispõem. Estes instrumentos vão moldar as ações internas e externas do indivíduo e vão, portanto, influenciar as relações entre as pessoas. (BRASIL, 1999, p. 162).

 

            No Ensino Médio a possibilidade do desenvolvimento da linguagem corporal está não somente nos esportes, mas sim em uma interação entre as matérias convencionais, como artes, biologia, português, etc., desenvolvidas em conjunto com as atividades e projetos que envolvam jogos, danças, lutas e outros esportes.

 

Educação física no ensino médio e o estudante

            Etimologicamente, a palavra adolescência vem do verbo latino adolescere, que significa crescer ou desenvolver até a maturidade. Para as sociedades, principalmente as ocidentais, a adolescência é o período da vida humana que ocorre durante a segunda década da vida, aproximadamente dos 12 ou 13 anos até mais ou menos 20 anos, admitindo-se evidentemente consideráveis variações tanto de ordem individual, como de ordem cultural (ROSA, 1996, p.43).

            Um fator importante da adolescência é a formação da identidade, a construção da personalidade. Vários questionamentos surgem com relação ao seu corpo, aos valores existentes, ao seu lugar na sociedade. E na solução dos questionamentos que aparecem neste período do desenvolvimento humano, três grupos sociais influenciam o adolescente na construção da sua identidade: a família, o grupo de amigos e a escola.

            Desta forma, podemos verificar que a Educação Física, como parte integrante da Escola, tem a sua colaboração na construção do ser humano em desenvolvimento. Este aluno que frequenta o Ensino Médio necessita de uma Educação Física que possa através de seus conteúdos, das atividades desenvolvidas, colaborar na formação de sua personalidade e de sua participação ativa na sociedade.

            A Educação Física no Ensino Médio precisa fazer o adolescente entender e conhecer o seu corpo como um todo, não só como um conjunto de ossos e músculos a serem treinados, mas como a totalidade do indivíduo que se expressa através do movimento, sentimentos e atuações no mundo (MATTOS & NEIRA, 2000, p.94).

            Reconhecendo a importância da Educação Física na construção do aluno como cidadão em todos os seus aspectos é importante vivenciar as prática desta disciplina a qual proporciona grande desenvolvimento nessa fase da vida.

 

Psicologia aplicada à saúde – DISC e alunos:

            Direto é ambicioso, busca resultados, adora desafio, decisivo e gosta de resolver problemas. Ele busca: oportunidade de competir, respostas diretas, liberdade de controle, poder e prestígio.

            Interativo tem muitos amigos, causa grandes primeiras impressões, é bom com palavras, gera entusiasmo, é divertido e estimula outras pessoas. Ele busca: popularidade, oportunidade de conversar, liberdade e fazer parte da equipe.

            Sereno não gosta de mudar, é consistente, é bom ouvinte, concentração e acalma os outros. Ele busca: crédito por trabalho bem feito, sinceridade, trabalho planejado, procedimentos coerentes e segurança.

            Cauteloso presta atenção aos detalhes, vê tudo que está errado, vê tudo que precisa ser feito, cumpre autoridade, é autodepreciativo. Ele busca: segurança, afirmação, controle de qualidade, privacidade e tempo para trabalhar nas tarefas.

Resultados da análise

Depois de ter feito as analise e questionários, organizamos todos os resultados e separamos os perfis e montamos uma tabela de alunos para que os professores tenham uma base de como fazer e identificar os seus alunos a partir dessa etapa, agora os professores tem uma base e uma primeira avaliação de seus alunos, podendo agora modificar e melhorar suas aulas de acordo com as características do perfil dados a eles. O professor tem que entender quais os perfis sendo trabalhado e saber lidar com cada um deles, para que possa ter uma aula cada vez melhor e prazerosa para todos os alunos, tanto os mais energéticos e extrovertidos ate aqueles mais tímidos que só gosta de observar e não tem vontade de aprender por vergonha. Saber como trabalhar com essas pessoas é fundamental para um aprendizado prazeroso e divertido além de mudar dentro e fora da escola às oportunidades que o esporte pode trazer de benefícios para esses alunos, Melhorando as aulas com esse entendimento do perfil dos alunos o numero de alunos que não gosta de algum esporte ou atividade física só tem a diminuir.

 

     DISC

 

Pratica atividade física

Não pratica atividade física

DIRETIVO

40

30

10

INTERATIVO

33

26

7

CAUTELOSO

32

22

10

SERENO

32

19

13

 

 

 

 

 

 

     DISC

 

Dentro da escola

Fora da escola

DIRETIVO

30

18

12

INTERATIVO

26

11

15

CAUTELOSO

22

15

7

SERENO

19

10

9

 

 

 

 

     DISC

 

Gosta de educação física

Não gosta de atividade física

DIRETIVO

40

32

8

INTERATIVO

33

25

8

CAUTELOSO

32

30

2

SERENO

32

28

4

 

 

As tabelas correspondem ao perfil comportamental a partir da explicação “DISC” de cada aluno conforme sua conduta nas aulas de Educação Física. Pesquisa realizada com 137 alunos entre duas escolas que trabalham conteúdos de esporte voltados para: futebol, handebol, basquete, luta e atletismo.

Fora da escola os alunos que fazem exercícios extras são em geral: como futebol, vôlei, basquete, handebol, corrida, musculação, natação, luta e ciclismo.

 

Conclusões

            Com grande conhecimento e dedicação na pesquisa onde colocamos a discussão nas melhorias da educação física no ensino médio, onde nossa maior preocupação era o entendimento e dinamismo das aulas de educação física, onde muitas aulas são chatas e repetidas e por outro lado não tem a interação entre meninos e meninas e não a uma coletividade e nem a participação de todos.

Usando um diagnostico do Disc, onde professor busca traçar um perfil desses alunos e através dos conceitos e resultados para uma melhoria do método e aplicação dos conteúdos práticos, conseguindo assim uma participação maior dos alunos, aumentando entusiasmo nos jogos e brincadeiras, sem perder a motivação e interesses necessários para um bom trabalho.

Usando o Disc na avaliação dos perfis dos alunos e através dos resultados podendo utilizar uma linguagem simples e de fácil compreensão, organização no planejamento das aulas, trabalho, estimulando e incentivando á participação e interação entre eles, e mudando hábitos e estilo de vida mais saudáveis com a pratica de exercícios.

                           

Referências

            BRASIL. Ministério da Educação, Secretaria da Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio / Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica / Brasília: Ministério da Educação, 1999.

            CASTELLANI FILHO, L. Política educacional e Educação Física: polêmicas de nosso tempo. Campinas: Autores Associados, 1998.

            MATTOS, Mauro G. & NEIRA, Marcos G. Educação Física na adolescência: construindo o conhecimento na escola. São Paulo: Phorte Editora, 2000.

            GONÇALVES, Maria Augusta S. Sentir, pensar, agir: corporeidade e educação. São Paulo: Papirus, 1997.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos da metodologia científica. 5ªed. São Paulo: Atlas, 2003.

MATTOS, Mauro G. & NEIRA, Marcos G. Educação Física na adolescência: construindo o conhecimento na escola. São Paulo: Phorte Editora, 2000.

ROSA, Merval. Psicologia Evolutiva: psicologia da adolescência. Petrópolis: Vozes, 1996.

SANTIN, Silvino. Educação Física: uma abordagem filosófica da corporeidade. Ijuí: Unijuí, 1987.

 

 

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Autores

  • Edivani Matias dos Santos

Páginas

  • a

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Palavras chave

  • Educação. Educação Física. Ensino Médio. Estudantes.

Dados da publicação

  • Data: 01/12/2016
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