17/01/2018

Análise da inovação em sustentabilidade para a construção e a sustentação de vantagem competitiva nas pequenas indústrias de Ribeirão Preto, Pitangueiras, Pontal e Sertãozinho

Análise da inovação em sustentabilidade para a construção e a sustentação de vantagem competitiva nas pequenas indústrias de Ribeirão Preto, Pitangueiras, Pontal e Sertãozinho

RESUMO: Ante o agravamento das questões ambientais, as empresas têm papel de destaque na resolução desses problemas. Soma-se a essa realidade a globalização dos mercados. Logo criar, ampliar e sustentar vantagem competitiva e ao mesmo tempo desenvolver práticas empresariais em consonância com a dimensão ambiental da sustentabilidade faz-se imperativo. Uma das ferramentas que contempla tanto vantagem competitiva quanto preservação ambiental é a inovação em sustentabilidade. Este artigo tem como objetivo discorrer acerca da importância da inovação em sustentabilidade a fim de edificar e consolidar vantagem competitiva nas pequenas indústrias da região de Ribeirão Preto/SP. Como problemática respondeu a seguinte pergunta: Como a inovação em sustentabilidade empresarial auxilia as indústrias de pequeno porte de Ribeirão Preto /SP na criação e sustentação de vantagem competitiva?A metodologia utilizada foi a pesquisa quantitativa. Foi realizada pesquisa junto a cinquenta indústrias de pequeno porte aderida no programa ALI no período compreendido entre outubro de 2012 a junho de 2014 nas cidades de Pitangueiras, Pontal, Ribeirão Preto e Sertãozinho com duração de aproximadamente 1 hora e 30 minutos. Constatou-se que as empresas entrevistadas que possuem processos em consonância com o meio ambiente conseguem criar e sustentar vantagem competitiva que pode ser ampliada para todos os integrantes de cadeia produtiva. Portanto, em resposta a problemática formulada padrões estratégicos, táticos e operacionais adequados à dimensão ambiental da sustentabilidade podem diminuir custos empresariais e agregar valor a todos os stakeholders permitindo o uso eficiente dos recursos, empresas mais competitivas em consonância aos desafios ambientais do século XXI.

 

Palavras chave: Inovação. Sustentabilidade. Vantagem Competitiva. Programa ALI SEBRAE/CNPq

Analysis of the innovation in sustainability for the construction and support of competitive advantage on small industries of Ribeirão Preto, Pitangueiras, Pontal and Sertãozinho

ABSTRACT: Faced with worsening environmental issues, companies have an important role in solving these problems. Added to this reality the globalization of markets. Soon create, expand and sustain competitive advantage while developing business practices in line with the environmental dimension of sustainability makes it imperative. One of the tools which includes both competitive advantage as environmental preservation is innovation in sustainability. This article aims to discuss about the importance of innovation in sustainability in order to build and consolidate competitive advantage in small industries in the region of Ribeirão Preto / SP. How problematic answered the following question: How innovation in corporate sustainability helps small industries of Ribeirão Preto / SP in creating and sustaining competitive advantage The methodology was quantitative research. A survey was  conducted with fifty small industries adhered ALI program in the period from October 2012 to June 2014 in the city of Pitangueiras, Pontal, Ribeirão Preto and Sertaozinho lasting approximately 1 hour and 30 minutes. It was found that the responding companies have processes in line with the environment can create and sustain competitive advantage that can be extended to all members of the supply chain. Therefore, in response to problematic patterns formulated strategic, tactical, operational and suitable to the environmental dimension of sustainability can reduce business costs and add value to all stakeholders allowing the efficient use of resources, more competitive enterprises according to the environmental challenges of the XXI century.

 

Keywords: Innovation. Sustainability. Competitive Advantage.  Program ALI SEBRAE/CNPq

INTRODUÇÃO

A discussão sobre os impactos sociais, ambientais e econômicos derivados do presente modelo de desenvolvimento - o capitalismo teve início após trinta anos de grande crescimento econômico do pós-guerra, notadamente, marcado tanto pelo aprofundamento da divisão internacional de trabalho entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos, quanto pela exploração predatória e destruição dos recursos e habitas naturais.

Ante o agravamento, sobretudo, das questões socioambientais em escala mundial foi iniciada uma série de discussões multilaterais e pesquisas no âmbito das Nações Unidas que pudessem reformar o atual modo de produção que contemplasse ao mesmo tempo o desenvolvimento econômico, promoção social e preservação ambiental, com destaque para Estocolmo 72, Rio 92, Johanesburgo 2002, Rio 2012 e o Relatório Bruntland, que define desenvolvimento sustentável como:

[...] O desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades, significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de desenvolvimento social e econômico e de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso  razoável dos recursos da terra e preservando as espécies e os habitas naturais. (RELATÓRIO BRUNTLAND, 1991, p. 10).

 

Embora nesses últimos quarentas anos o multilateralismo nas políticas ambientais internacionais tenham avançado, ainda de acordo com a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável (2012), dois terços dos serviços que a natureza oferece para a humanidade estão em declínio; as emissões globais anuais de dióxido de carbono cresceram 38% entre 1990 e 2009; 20% da população internacional não têm acesso à eletricidade; 85% de todas as espécies de peixes estão sobre-exploradas, esgotadas, em recuperação ou plenamente exploradas; a pobreza  ainda mantém 57 milhões de crianças no mundo fora da escola, cerca de 793 milhões de pessoas carecem de habilidades básicas de alfabetização e perca anual de cerca de 5,2 milhões de hectares de cobertura florestal por ano.

A execução das decisões tomadas nas conferencias das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento Sustentável tem como maiores responsáveis as nações signatárias dos acordos firmados e as empresas, na medida em que essas organizações têm um papel central no presente modelo de desenvolvimento.

Para Coral (2002, p. 79), além dos fatores econômicos e estruturais outros começam a fazer parte da responsabilidade das empresas que são as questões do meio ambiente natural e as questões sociais. Para que as organizações possam contribuir com o  desenvolvimento  sustentável  devem  buscar  modificar  seus  processos    produtivos quando necessário para se tornarem ecologicamente sustentáveis; isso implica em construir sistemas de produção que não causem impactos negativos e que estejam contribuindo para a recuperação de áreas degradadas ou oferecendo produtos e serviços que contribuam para a melhoria da performance ambiental dos consumidores e clientes de uma indústria.

Michael Porter e Class Van Der Linde (1995, p. 125) vislumbram sinergias entre vantagem competitiva e preservação do meio ambiente, argumentam que padrões ambientais adequadamente desenvolvidos podem catalisar inovações diminuindo custos e agregando valores permitindo, portanto, o uso eficiente dos recursos. Por isso,  segundo este autores a produtividade de recursos pode tornar as empresas mais competitivas.

Dado a pertinência da discussão do desenvolvimento sustentável na contemporaneidade, sobretudo, nas pequenas empresas justifica-se a escolha do presente tema ―inovação e sustentabilidade empresarial.

Como problemática tem-se: Como a inovação em sustentabilidade empresarial pode auxiliar as indústrias de pequeno porte de Ribeirão Preto,  Pitangueiras, Pontal e Sertãozinho na criação e sustentação de vantagem competitiva?

Logo o presente artigo tem como objetivo geral apresentar como a inovação em sustentabilidade auxilia na construção de vantagem competitiva nas pequenas indústrias de Ribeirão Preto, Pitangueiras, Pontal e Sertãozinho. E como objetivo específico discorrer acerca da importância da inovação em sustentabilidade a fim de edificar e consolidar vantagem competitiva.

METODOLOGIA

Pesquisa científica é um conjunto de procedimentos sistemáticos baseados no raciocínio lógico que tem por objetivo encontrar soluções para os problemas propostos mediante o emprego de métodos científicos. Sendo assim, a metodologia consiste nos estudos dos métodos empregados pelas ciências na investigação sobre o comportamento de certos fenômenos, buscando validação e sua relação com as teorias científicas (LAKATOS, 1991, p. 39).

Na execução do trabalho de campo a metodologia utilizada na operacionalização do trabalho foi a pesquisa estruturada que no ensinamento de Gil (1999, p. 121): ―a entrevista desenvolve-se a partir de uma relação fixa de perguntas, cuja ordem e redação permanecem invariáveis para todos os entrevistados, em grande número‖, realizada em atendidas cinqüenta indústrias de pequeno porte aderida no programa Agentes Locais de Inovação entre os dias 18/10/2012 até 30/06/2013 nas cidades de Ribeirão Preto, Pitangueiras, Pontal e Sertãozinho com duração de aproximadamente 1 hora e 30 minutos, com base na metodologia desenvolvida pelo SEBRAE em parceria com a Bachmann Associados LTDA, o Radar da Inovação.

O Radar Inovação contempla treze diferentes dimensões, a saber: oferta, plataforma, marca, clientes, soluções, relacionamento, agregação de valor, processos, organização, cadeia de fornecimento, presença, rede e ambiência inovadora.

Ao aplicar o Radar Inovação, o agente local de inovação – ALI tem a opção de adotar três escores diferentes: a) um (quando a inovação não está presente); b) três (quando a inovação é incipiente) ou c) cinco (quando a inovação está presente) sendo possível adotar apenas um escore por questão.

A empresa que obtiver conceito 05 em todas as dimensões beira a perfeição quanto à prática da inovação. A empresa que obtiver conceito 03 em todas as dimensões é considerada uma empresa inovadora, porém, ainda com pontos de melhora. Já a empresa que obtiver conceito 01 em todas as dimensões não possui preocupação identificada com a inovação.

Paralelamente, as informações extraídas foram refinadas e tabuladas para a confecção do artigo; posteriormente foi adequado às normas da ABNT e a norma culta da língua portuguesa.

REFERENCIAL TEÓRICO

Sustentabilidade empresarial

Para Oliveira et al. (2006, p. 16) teóricos como Adam Smith, Milton Friedman, Peter Drucker, dentre outros consideram que a missão principal da empresa é a realização do maior lucro possível contanto que isto se dê em conformidade com as regras de convívio estabelecidas pela sociedade. Entendem esses autores que a  empresa são tem obrigação social e ambiental a não ser a de dar o máximo de lucro para seus proprietários.

De acordo com o Business for Social Responsibility, não existe uma definição única para sustentabilidade empresarial, também conhecida como responsabilidade social corporativa. Ela se refere a decisões de negócios tomadas com base em valores éticos que incorporam as dimensões legais, o respeito pelas pessoas, pelas comunidades e pelo meio ambiente (MACHADO FILHO, 2004, p. 201).

O Instituto Ethos (2003, p. 36) define como principal característica da responsabilidade social corporativa:

[...] a coerência ética nas práticas e relações com seus diversos públicos, contribuindo para o desenvolvimento contínuo das pessoas, das comunidades e dos relacionamentos entre si e com o meio ambiente. Ao adicionar às suas competências básicas a conduta ética e socialmente responsável, as empresas conquistam o respeito das pessoas e das comunidades atingidas por suas atividades, o engajamento de seus colaboradores e a preferência dos consumidores.

 

Logo, a prática da sustentabilidade empresarial é de fundamental importância para a criação e conseqüente sustentação de vantagem competitiva, pois, consegue obter a preferência dos consumidores, de acordo com Porter (1985, p. 3).

Vantagem competitiva surge, fundamentalmente, do valor que uma empresa é capaz de criar para seus compradores, valor este que excede o custo da empresa em criá-lo. Valor é o que os compradores estão dispostos a pagar, e valor superior provém da oferta de preços inferiores aos dos concorrentes para benefícios equivalentes ou o fornecimento de benefícios únicos que mais do que compensam um preço superior.

A imposição de padrões ambientais adequados pode estimular as empresas a adotarem inovações que reduzem os custos totais de um produto ou aumentam seu  valor, melhorando a sua competitividade. Ou seja, além das melhorias ambientais, as regulamentações ambientais também reforçariam as condições de competitividade empresarial (YOUNG, 2001, 172). Estas inovações podem eliminar desperdícios ou viabilizar economicamente um subproduto considerado rejeito industrial, aumentando assim a produtividade e reduzindo custos. Desta forma, a hipótese de Porter propõe que, numa perspectiva dinâmica e de longo prazo, as medidas comerciais com finalidade de preservação ambiental podem aumentar a competitividade das empresas.

O posicionamento da empresa permite alcançar objetivos sociais ao reduzir  o distanciamento entre a empresa e seus stakeholders, havendo assim um impacto positivo na performance social corporativa. Além disso, ―a estratégia social deve criar vantagem competitiva ao desenvolver capacidades únicas que tenham um impacto positivo na lucratividade da empresa‖ (HUSTED, 2001, p. 29).

Para edificação de processos sustentáveis na gestão empresarial que possam servir de base para edificação e consolidação de vantagem competitiva são utilizados indicadores de sustentabilidade que funcionam como uma ferramenta essencial para garantir a transparência e manifestar o compromisso das organizações face à responsabilidade social e preservação ambiental.

Tais indicadores têm a função de facilitar a apresentação de informações sobre os impactos causados pela organização de forma a propiciar comparabilidade  entre relatórios e organizações, além de permitir acompanhar o alcance das metas, identificarem avanços e corrigir problemas.

Sendo assim, de acordo com Strobel (2005, p. 136) para que um indicador atenda a seu propósito deve ser transparente, completo, relevante, preciso, neutro, comparável e auditável. O quadro 1 sintetiza as principais subdimensões dos indicadores econômicos, sociais e ambientais da sustentabilidade.

Quadro 1. Principais indicadores da sustentabilidade empresarial

Indicadores Ambientais

Indicadores Econômicos

Indicadores Sociais

Água;

Atendimento à legislação; Energia;

Biodiversidade; Impactos ambientais; Produtos ecologicamente corretos;

Reciclagem; Tecnologias limpas; Tratamento de efluentes.

Custo; Exportação;

Estratégias de negócios; Faturamento;

Folha de pagamento; Investimento; Lucro;

Mercado; Qualidade; Receita; Tributos;

Vantagem competitiva.

Compromisso com o Desenvolvimento dos recursos humanos;

Direitos humanos; Diversidade; Práticas trabalhistas;

Responsabilidade social; Segurança;

Saúde; Sociedade;

Suporte no crescimento da comunidade; Treinamento.

 

Fonte: Araujo e Mendonça (2006, p. 19).

Através da análise dos indicadores de sustentabilidade, as empresas   podem ―medir‖  seu  nível  de  sustentabilidade  possibilitando,  assim  desenvolver  as  melhores práticas na busca do desenvolvimento sustentável e, consequentemente, criar valor a todos os seus stakeholders: colaboradores; fornecedores; acionistas; sociedade; comunidade; governo; clientes; preservar o meio ambiente, criar e sustentar vantagem competitiva.

Inovação

A exigência de organizações empresariais mais competitivas é uma realidade cada vez maior com o aprofundamento da globalização e com a revolução nos meios de transporte e comunicação. Ante esse cenário fez-se necessário que as empresas buscassem se adaptar à concorrência global, buscando o desenvolvimento de modo a garantir sua sobrevivência e liderança no mercado. Frente ao presente cenário, a inovação é tida como um fator chave na definição de melhores níveis de produtividade, qualidade, preço e flexibilidade por parte das organizações.

Schumpeter (apud SBARAINI; 2013, p. 19), um dos primeiros autores a desenvolver o conceito de inovação, a define:

a)introdução de um novo bem, cujos consumidores ainda não estejam familiarizados, introdução de um novo método de produção, e que tenha sido gerado a partir de uma nova descoberta científica, ou um novo método de tratar comercialmente commodity; b) Abertura de um novo mercado, em que uma área específica da indústria, ainda não tenha penetrado, independentemente do mercado já existir; c) A conquista de uma nova fonte de suprimento de matéria prima, parcialmente manufaturados; d) O aparecimento de uma nova estrutura organizacional em um setor.

 

 

De acordo com a Lei 10.973, de 2 de dezembro de 2004, conhecida como a Lei  do  Bem  (Brasil)  em  seu  artigo  segundo  define  inovação  como  ―introdução  de novidade ou aperfeiçoamento no ambiente produtivo ou social que resultem novos produtos, processos ou serviços.‖

Para o SEBRAE (2009) inovação é concepção de novo produto ou processo de produção, bem como a agregação de novas funcionalidades ou características ao produto ou processo que implique melhorias incrementais e efetivo ganho de qualidade ou produtividade, resultando maior competitividade no mercado.

Para o Manual de Oslo, inovação é a implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método de marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, nas organizações do local de trabalho ou nas relações externas (Organization for economic co operation and develoment, 1997, p. 38).

No que se refere aos tipos de inovação, ainda de acordo para o Manual de Oslo, tem-se uma das definições mais bem aceitas, conforme quadro 2.

Quadro 2. Definições dos tipos de inovação

Inovação de produto

Introdução de um bem ou serviço novo ou significativamente melhorado no que se concerne as suas características ou usos previstos. Incluem-se melhoramentos significativos em especificações técnicas, componentes e materiais, softwares incorporados, facilidade de uso de outras características funcionais.

Inovação de processo

É a implementação de um método de produção ou distribuição novo ou significativamente melhorado. Incluem-se mudanças significativas em técnicas, equipamentos e/ou softwares.

Inovação de marketing

É a implementação de um novo método de marketing com mudanças significativas na concepção do produto ou em sua embalagem, no posicionamento do produto, em sua promoção ou na fixação de preços.

Inovação organizacional

É a implementação de um novo método organizacional nas práticas  de negócios da empresa, na organização de seu local de trabalho ou em suas relações internas.

Fonte: OCDE (1997, p. 58).

Além disso, pode-se classificar a inovação pelo seu grau de intensidade, podendo ser incremental ou radical. No que refere a inovação radical Passos (2003, p.54) afirma que está baseada no desenvolvimento e na introdução de novos produtos ou processos que antes não existiam no mercado, o que resulta em redução de custos e aumento da qualidade sendo capaz de alterar para sempre o perfil da economia mundial podendo provocar uma ruptura estrutural com o padrão anterior, estabelecendo novas indústrias, novos setores e novos mercados.

Define-se como inovação incremental quando há melhoria no que faz e/ou aperfeiçoamento do modo como se faz que as tornam mais práticos os produtos ou processos já anteriormente existentes ou ainda acrescentando utilidades diferenciadas ou melhoras evidentes que os tornam mais desejados pelos seus clientes e, portanto mais competitivos, devido ao impacto na eficiência técnica, aumentando a produtividade, possibilitando diferentes aplicações a um produto já existente (PASSOS, 2003, p. 55).

Para o SEBRAE (2009) qualquer tipo de inovação deve,  forçosamente, trazer ganhos para a empresa como aumento de vendas, rentabilidade, redução  de custos, aumento do portfólio de produtos, diversificação de mercado e mais competitividade.

Ante esse cenário, a inovação é uma ferramenta fundamental para edificação e sustentação de vantagem competitiva. Tidd (2001 p. 23) por sua vez formula que conceitualmente não é difícil estabelecer a relação entre a inovação e a competitividade, e, por consequência, o desempenho das empresas. A forma como a inovação afeta a posição competitiva de uma empresa varia de acordo com a profundidade da inovação, permitindo à empresa inovadora desde a simples criação de uma nova relação custo–benefício para seu produto até o estabelecimento de um novo padrão de competição que modifique o modelo vigente antes da inovação.

Inovação sustentável

O conceito de inovação elaborado por Schumpeter (1988, p. 132) ganha  uma nova dimensão quando analisado juntamente com a sustentabilidade. O processo inovador necessita de um enfoque sistêmico para se adequar e atingir excelência no desempenho econômico, mas também, ambiental e social. A inovação tem a oportunidade de contemplar amplamente a noção de desenvolvimento sustentável, que pode ser efetuada sob a ótica do triple bottom line. Tendo em vista os eixos econômico, social e ambiental da sustentabilidade, pode-se estabelecer uma relação sistêmica entre as dimensões da inovação.

A inovação sustentável é introdução de produtos, processos produtivos, métodos de gestão ou negócios, novos ou significativamente melhorados para a organização e que traz benefícios econômicos, sociais e ambientais, comparados com alternativas pertinentes. Nota-se que não se trata apenas de reduzir impactos negativos, mas de avançar em benefícios líquidos, onde os benefícios esperados devem ser significativos ou não negligenciáveis nas três dimensões da sustentabilidade.

Para Porter e Van Der Linde (1995, p. 36) padrões ambientais adequadamente desenvolvidos podem catalisar inovações, diminuindo custos e agregando valores, permitindo, portanto, uso mais eficiente dos recursos. Por  essa razão, segundo estes autores a produtividade de recursos pode tornar as empresas mais competitivas e não menos. Porém, inovar seguindo as três dimensões da  sustentabilidade ainda não é a regra. Segundo Barbieri et al. (2010, p. 152) a inclusão das dimensões sociais e ambientais requer novos instrumentos e modelos de gestão, que só recentemente começaram a ser desenvolvidos com mais intensidade. Isso não é tarefa só das empresas que pretendem inovar.

As instituições de ensino e pesquisa, os órgãos governamentais, as instituições de normalização, as organizações da sociedade civil, ou seja, o sistema nacional de inovação também tem um papel relevante nessa problemática. Portanto,  para que a sustentabilidade se incorpore efetivamente no desenvolvimento de inovações é fundamental que o sistema nacional de inovação esteja mobilizado para tanto,  devendo contribuir juntamente com as organizações empresariais para consecução dessa proposta.

A análise da inovação em sustentabilidade para a construção e sustentação de vantagem competitiva nas pequenas indústrias das cidades de Pitangueiras, Pontal, Ribeirão Preto e Sertãozinho

Através dos dados coletados com as 50 industrias de pequeno porte, nas cidades de Pitangueiras, Pontal, Ribeirão Preto e Sertãozinho, através da entrevista estruturada pelo radar inovação levantou-se a utilização da gestão de resíduos e dos aspectos ambientais. Além disso, pelo mesmo método pode-se mensurar o grau de inovação dessas industrias na dimensão processo que pode ser constatado no gráfico 1

Gráfico 1 - Média simples do score inovação na dimensão processo e em Aspectos Ambientais e Gestão de Resíduos

Fonte: Elaborado pelo Autor

 

 

Embora a aplicação pratica da dimensão ambiental da sustentabilidade seja uma dimensão da inovação processo observa-se através do gráfico que não há correlação perfeita entre ambas, na medida que a inovação processo contempla além do software de gestão o modelo de gestão, software de gestão e certificação. Outrossim, afirma-se que os setores intensivos em conhecimento técnicos para a operacionalização da produção de calhas, esquadrias de alumínio, gelo, marmoraria, metalurgia e tintas são os segmentos que podem ser considerados inovadores na dimensão ambiental da sustentabilidade.

Essa situação também é edificada pelo trabalho da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental, a CETESB junto as empresas assistidas no Programa Agentes Locais de Inovação.

Observa-se, por meio da análise gráfica e pela revisão da literatura, que há correlação entre a inovação em sustentabilidade e construção/sustentação de vantagem competitiva, ou seja, as pequenas industrias, assistidas no programa Agentes Locais de Inovação, nas cidades de Ribeirão Preto, Sertãozinho, Pontal e Pitangueiras, consideradas   inovadoras   em   sustentabilidade   conseguem   agregar   valor   aos seus produtos e ofertá-los a seus clientes, onde esses percebem e estão dispostos a pagar pelo valor gerado, dado a crescente importância da temática ambiental e social nas organizações contemporâneas quanto nos consumidores mais exigentes.

Em outras palavras, o valor para o cliente além de preço e/ou qualidade é promoção social (programas de responsabilidade social tanto na comunidade quanto na sociedade e respeito aos colaboradores da organização) e respeito ao meio ambiente,  não somente a área de atuação da empresa, mas também de toda a cadeia de  suprimentos no qual a mesma esta inserida.

Além disso, a preservação dos recursos naturais é de fundamental importância para manutenção de produtos e serviços a longo prazo a custos aceitáveis pelo mercado para o beneficio não somente dos clientes da empresa, como também de toda a sociedade.

Portanto, ratifica-se através da analise das indústrias de pequeno porte das Pitangueiras, Pontal, Ribeirão Preto e Sertãozinho assistidas pelo Programa ALI que a adequação de práticas sustentáveis nas esferas estratégicas, táticas e operacionais das organizações empresariais é de fundamental importância para construção de valor para os produtos fidelizando, assim, os clientes cada vez mais exigentes e sensíveis ao agravamento das questões sociais e ambientes no inicio do século XXI.

RESULTADOS

Por meio do trabalho de campo e da pesquisa estruturada fundamentados pela revisão da literatura constatou-se que a aplicação da dimensão ambiental da sustentabilidade é uma dimensão da inovação processo. Setores intensivos em conhecimento técnicos para a operacionalização da produção de calhas, esquadrias de alumínio, gelo, marmoraria, metalurgia e tintas são os segmentos que podem ser considerados inovadores na dimensão ambiental da sustentabilidade.

A seguir resposta da pergunta formulada na introdução, saber: Como a inovação em sustentabilidade empresarial pode auxiliar as indústrias de pequeno porte das cidades de Pitangueiras, Pontal, Ribeirão Preto e Sertãozinho na criação e sustentação de vantagem competitiva?

A inovação em sustentabilidade empresarial pode auxiliar as indústrias de pequeno porte das cidades de Pitangueiras, Pontal, Ribeirão Preto e Sertãozinho na criação e sustentação de vantagem competitiva com padrões estratégicos, táticos e operacionais adequados à dimensão ambiental da sustentabilidade, podendo diminuir custos e agregar valor aos produtos, beneficiando os stakeholders (colaboradores, fornecedores, clientes, acionistas, comunidade, sociedade e governo) permitindo, portanto, uso eficiente dos recursos, propiciando que as empresas sejam mais competitivas.

Todavia, constatou-se por meio do trabalho de campo como agente local de inovação que as indústrias de pequeno porte das cidades de Pitangueiras, Pontal, Ribeirão Preto e Sertãozinho aderidas e assistidas pelo programa ALI consideradas inovadoras na dimensão ambiental da sustentabilidade possuem uma gestão empresarial mais eficiente, integrada e de rápida resposta seja as suas próprias fraquezas e as ameaças econômicas, políticas, sociais, legais  e tecnológicas do  mercado,  como   pode ser constatado pelos fundamentos e critérios diagnóstico empresarial elaborado pelo Fundo Nacional da Qualidade.

DISCUSSÃO

Através da revisão da literatura supra referida do transcorrer desse artigo, com a citação dos principais pesquisadores e instituições no que se refere à inovação, sustentabilidade e vantagem competitiva afirma-se que o conteúdo reproduzido por  esses autores e organizações vem ao encontro das necessidades tanto das empresas, seja micro, pequena, média e grande porte juntamente com as necessidades ambientais emergentes do século XXI, onde a inovação pode ser considerada uma das principais ferramentas para a materialização da sustentabilidade empresarial em consonância com a necessidade de construção e sustentação de vantagem competitiva.

O referencial bibliográfico, portanto, fundamentou a pesquisa de campo, pois, constatou que os setores intensivos em conhecimento técnicos para a operacionalização da produção de calhas, esquadrias de alumínio, gelo, marmoraria, metalurgia e tintas são os segmentos que podem ser considerados inovadores na dimensão ambiental da sustentabilidade.

É, deste modo, de fundamental importância para a construção e a sustentação de vantagem competitiva contemplar no direcionamento estratégico, tático e operacional das pequenas empresas a dimensão ambiental da sustentabilidade, sobretudo, nas variáveis contempladas nos indicadores de sustentabilidade empresarial: água; atendimento à legislação; energia; biodiversidade; impactos ambientais; produtos ecologicamente corretos; reciclagem; tecnologias limpas e tratamento de efluentes. Portanto, os indicadores de desempenho auxiliam de maneira superlativa a construção de inovação na dimensão ambiental da sustentabilidade para vantagem competitiva.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As pequenas empresas são de fundamental importância para o desenvolvimento econômico, social e a promoção da sustentabilidade no Brasil, além disso, dado sua potencialidade de crescimento, porém, a intensiva concorrência devido a integração dos mercados, a necessidade de implementação e desenvolvimento de projetos inovação, seja para a própria empresa, mercado que atua ou para o mundo é de importância critica para manutenção de seu crescimento através da criação e sustentação de vantagem competitiva.

A aceleração do processo de globalização, a concorrência entre as empresas se dá em escala mundial, sendo as pequenas empresas mais suscetíveis a essa nova realidade. Além disso, o agravamento das questões sociais e ambientais em escala mundial: as emissões globais anuais de dióxido de carbono crescente; todas as espécies de peixes estão sobre-exploradas, perca anual de cerca de 5,2 milhões de hectares de cobertura florestal por ano e ampliação da pobreza em escala mundial dado a crise econômica em 2008 nos Estados Unidos.

Todavia, pode se constatar através do trabalho de campo como agente local de inovação que as indústrias de pequeno porte das cidades de Pitangueiras, Pontal, Ribeirão Preto e Sertãozinho aderidas e assistidas pelo programa ALI consideradas inovadoras na dimensão ambiental da sustentabilidade possuem uma gestão empresarial mais eficiente, integrada e de rápida resposta seja as suas próprias fraquezas e as ameaças econômicas, políticas, sociais, legais e tecnológicas do mercado, como pode  ser constatado pelos fundamentos e critérios diagnóstico empresarial elaborado pelo Fundo Nacional da Qualidade.

Sendo assim, essas empresas são mais propensas em atuar de maneira sustentável nos mercados globalizados através de vantagens competitivas capazes de agregar valor aos seus produtos.

A inovação sustentável se apresenta como um instrumento diferenciado para fazer frente ao presente cenário, pois, auxilia as organizações no processo de construção e consolidação de vantagem competitiva ao mesmo tempo contribui para a promoção social da comunidade onde atua e preserva o mesmo ambiente, no somente em sua área de atuação, mas também em toda cadeia produtiva onde esta inserida.

No que se refere à sustentabilidade ambiental auxilia as empresas a desenvolver o pensamento sistêmico; a preservação dos recursos naturais; a exploração sustentável das matérias primas; a cultura de inovação; a constância de propósitos; a visão de futuro; a geração de valor e o desenvolvimento de parcerias de maneira a melhor planejar, executar e controlar suas atividades estratégicas, táticas e operacionais em toda a cadeia produtiva de maneira a salvaguardar sua eficiência e eficácia, sobretudo, nos pontos mais críticos da organização.

Portanto a resposta a pergunta do artigo: como a inovação em sustentabilidade empresarial pode auxiliar as indústrias de pequeno porte das cidades de Pitangueiras, Pontal, Ribeirão Preto e Sertãozinho na criação e sustentação de vantagem competitiva?

A inovação em sustentabilidade empresarial pode auxiliar as indústrias de pequeno porte das cidades supracitadas na criação e sustentação de vantagem competitiva com padrões organizacionais adequados à dimensão ambiental da sustentabilidade, podendo diminuir despesas e custos e agregar valor aos produtos beneficiando os stakeholders permitindo o uso eficiente dos recursos, propiciando que  as empresas sejam competitivas.

Como proposição para pesquisas futuras sugere-se uma abordagem quantitativa da dimensão social da sustentabilidade e como esta pode auxiliar na construção e na sustentação de vantagem competitiva. Em suma, a inovação sustentável, especialmente, na dimensão ambiental cumpre com o seu papel no processo de inovação nas empresas de pequeno porte, as fortalecendo para enfrentar os desafios da globalização no século XXI.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARAÚJO, G.C., MORAIS, W.A.C., MENDONÇA, P.S.M.M. O processo de adequação as normas internacionalmente reconhecidas em relação à sustentabilidade. In: Anais do Simpósio de administração da produção, logística e operações internacionais. n° 9, São Paulo, São Paulo: FGV-EAESP, 2006.

 

BARBIERI, J.C., VASCONCELOS, I.F.G., ANDREASSI, T., VASCONCELOS, F.C.

Innovation and sustainability: new models and propositions. Revista de Administração de Empresas, vol. 50, n. 2, 2010.

 

BRASIL. Lei da Inovação nº. 10.973, de 02 de dezembro de 2004. Dispõe sobre incentivos à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br>. Brasília, DF. Acesso em: 27 jul. 2013.

 

BRUNDTLAND, G. H. Nosso futuro comum: comissão mundial sobre meio ambiente e desenvolvimento. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1991.

 

CONFERENCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SONRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. Do Rio à Rio +20. Disponível em:<http://www.onu.org.br/rio20/tema/rio20> Acesso em: 10 jan. 2014.

 

CORAL, E. Modelo de planejamento estratégico para a sustentabilidade empresarial. 2002. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2002.

 

FUNDO NACIONAL DA QUALIDADE. Modelo de Excelência de Gestão. Disponível em:<http://www.fnq.org.br/avalie-se/metodologia-meg/modelo-de-excelencia-da- gestao>. Acesso em: 27 ago. 2013.

 

GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5 ed. São Paulo: Atlas, 1999.

 

HUSTED, B.W., ALLEN, D.B. Toward a Model of Corporate Social Strategy Formulation. Academy of Management, 2001.

 

INSTITUTO ETHOS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL. Responsabilidade social: a contribuição das universidades. São Paulo: Petrópolis, 2003.

 

LAKATOS, E.M., MARCONI, M.A. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Atlas, 1991.

 

LAZZARINI, S.G. Estudos de Caso para Fins de Pesquisa: Aplicabilidade e Limitações do Método. In: FARINA et al. (Coord). Estudos de Caso em Agribusiness. São Paulo: Pioneira, 1997.

 

MACHADO FILHO, C.A.P., ZYLBERSZTAJN, D. A empresa socialmente responsável: o debate e as implicações. RAUSP. vol.39, n.3, 2004.

 

OLIVEIRA, C.O.M., OLIVEIRA, B.C.O., DAHER, W.M., RIBEIRO, M.S. Análise

Segundo o Modelo de Hopkins das Ações de Responsabilidade Social Empresarial Evidenciadas nas Demonstrações Contábeis e Balanços Sociais: O Caso das Distribuidoras de Energia do Grupo Brasileiro Neoenergia. Brazilian Business Review. vol. 3, n. 1, 2006.

 

ORGANISATION FOR ECONOMIC CO OPERATION AND DEVELOPMENT. The

Oslo Manual: The Measurement of Scientific and Technical Activities. Paris: OECD; 1997.

 

PASSOS, C.A.K. Informação e globalização na era do conhecimento. Rio de Janeiro: Campus, 2003.

 

PORTER, M.E. Competitive advantage: creating and sustaining superior performance. New York: Free Press Collier Macmillan, 1985.

 

PORTER, M.E., VAN DER LINDE, C. Green and Competitive: Ending the Stalemate,

Harvard Business Review. vol.73, n. 5, 1995.

 

SBARAINI, J. Inovação em Processos: Propostas de como gerar um funil adequado para projetos de inovação em processos. Campo Limpo Paulista: FACAMP, 2013.

 

SCHUMPETER, J. Teoria do Desenvolvimento Econômico. São Paulo: Nova Cultural, 1988.

 

SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO A MICRO E PEQUENA EMPRESA. O que é

Inovação. Disponível em: <http://www.facadiferente.sebrae.com.br/2009/03/11/o- que-e-inovacao>. Acesso em: 27 jul. 2013.

 

STROBEL, J. S. Modelo para mensuração da sustentabilidade corporativa através de indicadores. 2005. Dissertação (Mestrado em Engenharia Ambiental) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2005.

 

TIDD, J., BESSANT, J., PAVITT, K. Gestão da inovação. Porto Alegre: Bookman, 2008.

 

YOUNG, C.E.F., LUSTOSA, M.C.J. Meio Ambiente e competitividade na indústria brasileira. Revista de Economia Contemporânea. vol. 5, 2001.

Baixar artigo

Volume/Edição

Autores

  • ARAUJO, Geraldo Jose Ferraresi

Páginas

  • 1 a 15

Áreas do conhecimento

  • Nenhuma cadastrada

Palavras chave

  • Inovação, Sustentabilidade, Vantagem Competitiva, Programa ALI SEBRAE/CNPq

Dados da publicação

  • Data: 17/01/2018
Assine

Assine gratuitamente nossa revista e receba por email as novidades semanais.

×
Assine

Está com alguma dúvida? Quer fazer alguma sugestão para nós? Então, fale conosco pelo formulário abaixo.

×